Aproveitando o tempo

Bom dia, pessoal !

Apesar de eu geralmente desejar um bom dia, na verdade, são 5 horas da tarde e eu estou aqui, na clínica onde faço pilates, aguardando o horário da minha aula. Acreditem, este blog é escrito em locais e horários inusitados!

Isso não é nenhum tipo de lamentação, até porque descobri que é uma forma fantástica de utilizar bem o tempo, ainda mais na época em que vivemos, em que todas as conversas tendem a ser superficiais e sobre assuntos que penso não ter muita relevância.

Às vezes, tenho a sensação de que as pessoas iniciam uma conversa apenas para emitir sons e evitar o silêncio. Muitas vezes, elas querem falar, mesmo que não digam nada. Não é que eu ache que todas as conversas tenham que ser densas, pelo contrário! Adoro conversar sobre filmes, esportes, música, jornada nas estrelas, desenhos antigos, etc. Só acho que as conversas não podem ser apenas sobre isso e que o silêncio deve ser valorizado e aproveitado.

Um grande exemplo de conversas que não me interessam são aquelas sobre reality shows. Eu simplesmente não consigo me interessar no assunto e prefiro sair de perto ou usar o tempo lendo, escrevendo ou simplesmente pensando. No caso deste tipo de programa, em particular, acho que o nome reality pode ter relação com qualquer coisa, menos com a realidade!

Então, eu tenho usado esses momentos, digamos, vagos, para realizar minhas atividades e isso me deixa muito mais feliz. Talvez seja por esse meu jeito que eu busquei o artesanato, uma atividade que, para mim, requer atenção, concentração e silêncio (ou música instrumental). Pela mesma razão tenho conseguido manter o ritmo deste blog e pretendo, em breve, passar para duas publicações por semana.

Respeito quem gosta desses e de outros programas. Eles certamente têm suas razões e são felizes com suas opções, mas prefiro me dedicar a outras coisas. A vida é feita de escolhas e a gerência de nosso tempo também. Assim como não existe erro no artesanato, não existe a forma certa ou errada de gerenciar nosso tempo. Nos dois casos, porém, temos que lidar com as consequências.

Minha opção é usar esses tempinhos que aparecem na espera pelo pilates, pelo médico, pelo dentista, e outros, para escrever o blog, pensar em um projeto de decupagem, ler um livro, etc. Cada um deve fazer suas opções e respeitar a opção do outro.

É isso, mais um post escrito ! Agora é trabalhar no pilates, porque já está quase na hora da aula. Uma ótima semana a todos!

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Reutilização

Bom dia, pessoal

Uns dias atrás, na aula de inglês, havia um exercício de construção de palavras a partir das letras de uma outra palavra. Quem tem o hábito de fazer palavras cruzadas conhece bem esse jogo, que me lembrou um tipo de reciclagem do qual eu gosto muito: a reutilização de produtos.

Eu costumava ser uma pessoa do tipo acumuladora. Com o tempo, felizmente, fui percebendo que esse não era um caminho saudável e muito menos inteligente. Eu nem tinha todas as coisas que achava ter, pelo simples motivo que, muitas vezes, sequer lembrava que as tinha! Confuso? Sim, bastante! Mas essa é a pura verdade. Muita das coisas que eu deixava pelos cantos ou escondidas em armário e gavetas não foram e não seriam usadas nunca, porque, mesmo quando eu as poderia ter usado, eu não recordava que as tinha!

Essa fase, felizmente, ficou para trás. Passei a uma nova fase, na qual faço questão de usar tudo o que tenho. Dessa forma, a pilha de materiais, roupas, sapatos, bolsas, etc. diminuiu sensivelmente. Muita coisa foi doada, outras foram reutilizadas depois de adaptadas a uma nova função e outras, ainda, finalmente foram usadas em sua função original. Por exemplo: porta trecos foram criados a partir de disquetes (vocês ainda sabem o que é isso, né?), latas de bombom metálicas foram forradas de tecido e presenteadas, caixas de papelão também foram embelezadas e usadas na arrumação, etc. Todas essas transformações podem ser vistas na figura de chamada deste post.

Essa nova forma de pensar deixa a vida mais leve, pelo menos para mim. De repente, dá para olhar em volta e ver um ambiente mais limpo e organizado, e isso me faz muito bem! Eu nem sou muito radical. Existem linhas de pensamento que eu acho um pouco exageradas, como o minimalismo defendido pela Marie Kondo, mas eu concordo com a tese geral dela de que acumular de forma descontrolada não é bom em nenhum sentido.

Tenho curtido muito essa fase nem tão minimalista assim. Fico feliz quando encontro um novo uso para uma peça e a coloco “de volta na ativa”. Convido a todos a tentarem esse jogo onde só haverá vencedores.

Uma ótima semana para todos.

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Anotando ideias

Bom dia, pessoal.

As oportunidades que a vida oferece não costumam ter hora marcada ou senso de oportunidade. Geralmente, nos pegam de surpresa e não duram muito. Isso vale, também, para a inspiração. Às vezes, temos uma ideia incrível, que parece sumir tão rapidamente como apareceu.

Por isso, mesmo neste mundo tecnológico no qual vivemos, mesmo com todos os apps de bloco de notas, gravações de vídeo e áudio, etc., confesso que sou das antigas e acho que nada é mais rápido que um caderninho e uma caneta. Considero que esses são objetos essenciais na bolsa de qualquer artesã. Anotar uma ideia na hora em que ela surge é fundamental, é uma oportunidade de criação que pode não se repetir.

Assim como as ideias, as informações e observações de tendências e moda com as quais nos deparamos também são muito importantes para o trabalho criativo. Deixa eu dar um exemplo prático: Um dia, estava conversando sobre cores e suas combinações e a outra pessoa me falou de uma combinação de cores que estava na moda: rosa e lilás. Na hora, achei que essa era uma combinação bem esquisita, mas anotei a informação. Poucos dias depois, estava conversando com uma futura mamãe e disse que queria fazer alguma coisa para o quarto do bebê.

A princípio, pensei em fazer uma surpresa total, mas, pensando melhor, achei que deveria ao menos perguntar de que cor seria o quarto, para poder combinar a a peça. Vocês já adivinharam a resposta, né? O quarto era rosa e lilás! Fiquei então convencida de que essa combinação estava realmente na moda e fiz a caixa de acordo. O resultado está na foto de chamada deste post.

Ao ver a peça pronta, constatei que essa combinação realmente funcionava. A partir daí, passei a utilizá-la tanto com os desenhos para colorir como nas peças de artesanato. Hoje em dia, o que eu acho estranho é o fato de, algum dia, ter achado que essa combinação era estranha!

Então, fica a dica: anotem sempre as ideias, sugestões e informações que surgem e que vocês achem interessantes. Nunca se sabe quando essas informações serão necessários, mas geralmente acabarão sendo.

Uma ótima semana para todos!

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A necessidade das cores

Bom dia a todos.

Hoje, vamos filosofar um pouco. O que se pode ou se deve fazer quando as pessoas insistem em falar mais do que ouvir?

No Brasil, nesses últimos tempos, essa tem sido a regra, não a exceção. De repente, todo mundo começou a achar que tudo tem apenas dois lados: o inteiramente certo e o inteiramente errado, o inteiramente bom e o inteiramente mau, etc.

Atualmente, a grande maioria das pessoas confunde argumento com potência vocal, como se gritar mais e escrever com mais contundência desse razão a um ponto de vista. Então, para não entrar em uma competição sem sentido, há uns dois anos, eu resolvi sair de quase todos os grupos de whatsapp, que eu considero a principal fonte de discussões inúteis e improdutivas da atualidade.

Gente, para perceber o que essa polarização toda consegue produzir, pensem num mundo em preto e branco. Nós perdemos a imensa riqueza que existe nas cores, no degradê, nos tons. Essa polarização não resolve os problemas e vai gerar uma gangorra que só pode acabar quebrando e jogando os dois lados no chão!.

Voltando ao whatsapp, ao sair de diversos grupos, acabei descobrindo como desperdiçamos tempo e focamos nossa atenção em coisas que, no fundo, não são importantes e muito menos construtivas. De repente, eu tinha tempo para dedicar a mim mesma.

Esse tempo livre que apareceu foi preenchido com leituras, conversas e artesanato, claro. Sinceramente, hoje em dia, lixar madeira me dá muito mais satisfação que seguir discussões sem sentido nas redes sociais. Isso faz de mim uma pessoa alienada? Eu acho que não. Acho que só me dá mais equilíbrio e não destrói minha capacidade de ouvir. Acho que “ter um lado” funciona como um antolho, que não permite enxergar o mundo a sua volta. Esse blog, meu artesanato e o aumento de minha taxa de leitura anual são exemplos que me fazem acreditar que tomei a decisão correta.

Hoje, consigo ouvir diversos tipos de pessoas, conversar com pessoas que têm diferentes opiniões sem categorizar, antecipadamente, umas como certas e “do bem” e, consequentemente, as outras como erradas e “do mal”. Isso me permite ver a floresta ao invés de ver apenas árvores.

Então, pensem nisso … ninguém está absolutamente certo ou absolutamente errado o tempo todo. Isso simplesmente não acontece. A realidade não é preta ou branca. Ela é colorida.

Uma ótima semana a todos!

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ScrapBook (1)

Olá, pessoal.

A tecnologia nos deu muitas vantagens em relação à vida de séculos passados, mas também gerou uma certa (para não dizer, enorme!) dispersão em nossa atenção. Hoje, a facilidade gerada por certas tecnologias nos faz deixar de perceber aquilo que é essencial. Nos apegamos mais a forma que ao significado; nos envolvemos em discussões vazias; mostramos enorme interesse em acompanhar a vida de quem não conhecemos e ignoramos a presença de quem está a nosso lado. Enfim, a tecnologia que tem o potencial de nos aproximar está criando pessoas cada vez mais isoladas.

Um exemplo bem claro para mim é a fotografia. Há trinta anos, talvez menos, as máquinas utilizavam rolos de filme. Nós só víamos o resultado de uma fotografia quando revelávamos o filme! E usar rolos de 36 fotos era o máximo! Com 36 fotos, não tínhamos que trocar o rolo a toda hora. Era super-prático! Havia todo um esforço para garantir que a foto iria ficar boa; tínhamos que observar bem a cena, verificar a luz, apoiar a máquina fotográfica para não tremer, etc.

O tempo passou, vieram as máquinas digitais e, hoje, os celulares transformaram em trivial o ato de fotografar. São centenas e, muitas vezes, milhares de fotos em um evento ou viagem. Mas, por incrível que pareça, os registros se perdem. A não ser pelo registro imediato e público em mídias sociais, o registro particular se perdeu no caminho.

Por isso, eu classifico a arte do scrapbook como um movimento de resistência. Um registro gráfico, artístico e particular! O scrapbook não se destina aos outros, mas, principalmente, à pessoa que o faz e mantém.

Existe, claro, o scrapbook digital, mas, particularmente, valorizo muito o bom e velho scrapbook artesanal! É uma atividade criativa, relaxante e que não precisa ser cara. Existem materiais lindos no mercado, assim como ferramentas fantásticas. O material básico, porém, continua sendo papel, caneta e os objetos ou cenas a serem recordados.

Devo confessar que não resisto às washi paper (fitas adesivas), mas, o registro ainda é o mais importante para mim. Cada página é uma recordação muito particular e importante. Não se destina aos olhos de uma multidão. Não foi feita para agradar, mas para recordar. Enfim, é uma atividade que recupera valores, sem a preocupação de exibir ou ostentar. Eu gosto muito, já estou em um segundo volume e recomendo a todos.

É isso. Uma ótima semana a todos.

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Sobre um homem chamado Ove

Muito bom dia, pessoal!

Esse não é um blog literário, mas de artesanato. Analisando bem, porém, a criação literária não deixa de ser um produto artesanal, e, como tal, seu criador não deixa de ser um artesão. Quero, então, indicar aquele que foi, para mim, uma das melhores descobertas literárias dos últimos tempos: Fredrik Backman.

Já li três livros dele, sendo que o primeiro foi Um homem chamado Ove. Achei o livro simplesmente sensacional. Ove já está na minha galeria de personagens inesquecíveis. A história, sem spoilers, é sobre um homem de 59 anos que passa por um momento pessoal difícil e que, ainda por cima, é forçado a uma aposentadoria indesejada. De repente, seu chefe determina que ele já está na idade de ir para casa “descansar”.

Como não estou assim tão longe da minha própria aposentadoria, imagino como será o dia em que, como Ove, acorde e perceba que o meu mundo mudou, que a vida perdeu o ritmo ao qual estou acostumada e o “tempo livre” passou a ser grande demais.

Através do artesanato, além de outras coisas, estou buscando uma forma de me preparar para este momento. Também me preocupa os sentimentos de inutilidade e inadequação que a aposentadoria pode trazer. Acho que só há uma solução óbvia para este problema: tornar-se útil de outras formas! Quero encarar a aposentadoria como uma mudança de rotina, como um tempo de encarar novos projetos. Projetos que, claro, envolvam o artesanato, mas que envolvam outras pessoas que estejam passando ou já tenham passado por essa fase.

É claro que muitas coisas terão que ser revistas e replanejadas. Os gastos serão outros, a fonte de renda será outra, a rotina será outra, enfim, muita coisa vai mudar. Então, mesmo que não dê para controlar todas as variáveis, quero me preparar da melhor forma possível para tentar fazer uma transição mais suave. Depois, espero, é curtir a nova fase e ter sempre um projeto novo no horizonte! Parece simples e fácil, né? Mas sei que não é. A gente sempre acha que pode deixar as coisas para depois, que há tempo para se preparar depois, mas não há. Já vi muitos exemplos e procuro aprender com eles.

Bem, já estou trabalhando para não ser pega de surpresa como o Ove, mas, hoje, deixo essa dica de leitura simplesmente sensacional: Um homem chamado Ove. Sua leitura faz rir muito, chorar muito e, às vezes, rir e chorar ao mesmo tempo!

Boa leitura e uma ótima semana para todos!

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Ferramentas

Olá, pessoal.

Alguém pode perguntar: cadê as dicas de artesanato? Onde já se viu um blog de artesanato sem dicas?

Calma, gente! Eu sou iniciante e ainda não me acho capacitada para dar muitas dicas. Mas, até por ser iniciante e não ter muita habilidade manual, a grande dica que dou é investir em ferramentas! Sério …sou daquelas para quem cortar um papel é uma tarefa complicada! Reparem o círculo do meu logo. Foi paixão à primeira vista porque me identifiquei na hora! Por uma questão de precisão e segurança no corte, prefiro usar um estilete a ter que usar uma apavorante tesoura. Não deixo de tentar, porque a prática desenvolve a habilidade, mas, para linhas retas, o estilete é minha ferramenta preferida. E quando se fala em estilete, a régua é seu par perfeito. Aqui, mais uma dica … usem sempre uma régua metálica e uma base de corte. A régua metálica sobrevive às barbeiragens no manuseio do estilete, e a base de corte protege a mesa de trabalho. A base de corte pode ser encontrada em vários tamanhos. A minha atual é tamanho A3 e já é pequena para alguns trabalhos. É cara, mas dura anos quando bem cuidada.

E aí vem aquela pergunta: As pessoas não dizem que não é preciso muito investimento para fazer artesanato? Bom … teoricamente é verdade; não é preciso gastar muito para começar. Estou falando do meu caso em particular. Comecei apenas com uma tesoura, e alguns pincéis, mas não gostava do resultado. Eu me sinto mais segura usando ferramentas que compensem minha falta de jeito. Repetindo: toda ferramenta é um investimento, e uma boa ferramenta, se bem cuidada, pode durar anos.

Pincéis, stencil, tesouras, carimbos, etc. são ferramentas. Podem ser usados em várias peças e, por isso, não considero seus custos na hora de precificar o produto. Por outro lado, papel de decupagem, guardanapos, ferragens, tinta, cola, etc. são materiais de consumo e integram o custo da peça.

Por isso, a maior dica que posso dar para quem entra nesse mundo é: cerquem-se de boas ferramentas e cuidem muito bem delas. Stencil e carimbos devem ser limpos imediatamente após o uso. Rolinhos de tinta também. No começo, eu usava poucos rolinhos e os colocava em sacos plásticos para evitar o ressecamento da tinta enquanto eu trabalhava, mas isso não impediu que eu perdesse vários rolinhos. Rolinhos custam ao redor de R$2,00, mas jogar um fora a cada semana pesa. Descobri que era melhor ter uns dez rolinhos de tinta para trabalhar e lavá-los com uma escovinha assim que terminar de usá-los. Nunca mais perdi um rolinho, mesmo os que uso com cola.

Enfim, pessoal, ferramentas são um investimento que vale a pena fazer, e, cuidar desse investimento é muito importante para diluir seu custo ao longo do tempo.

É isso. Uma ótima semana a todos e até a próxima!

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Solidão

Olá, pessoal.

Hoje, eu queria abordar algo que pode se tornar um ponto negativo do artesanato. Verdade, nem tudo são flores!

Por sua característica individual, o artesanato pode se tornar uma atividade solitária. Ele demanda tempo e concentração, fazendo com que pessoa não interaja muito em sociedade. Isso pode fazer com que ela se torne muito introspectiva. Não acho que o “introspectiva” seja ruim. O problema é o “muito”! O hábito de olhar para dentro de si, de “falar” com você mesmo e de refletir pode ser bastante salutar se mantido em equilíbrio com a interação social. Pode ocorrer, porém, de dedicarmos tanto esforço e tempo a essa atividade individual que o mundo ao redor como que deixa de existir. Isso significa não focar em problemas como violência, trânsito, política etc., mas também significa se afastar das pessoas.

Como em todas as situações da vida, é necessário buscar o caminho do meio. Não busquei o artesanato por ser uma atividade solitária, mas por ser uma atividade prazerosa que permite aliviar o estresse. Não quero sair de um extremo e cair no outro. Isso nunca é a solução dos problemas. Eu devo confessar que não sou uma pessoa muito “sociável”. Sempre prefiro grupos pequenos, lugares tranquilos, pouca agitação, etc. Tenho, sim, uma tendência à introspecção, mas não à solidão, no sentido que normalmente damos a essa palavra.

Por isso, é necessário ficar atenta. Adoro decupagem, adoro colorir, mas acredito que o relacionamento com as pessoas não pode nunca ser negligenciado. Amigos, conhecidos, colegas de trabalho e até contatos recentes e ainda desconhecidos são, fundamentalmente, pessoas. Eles têm características e gostos próprios. Se eu preciso fazer uma peça artesanal para atender seus pedidos, no mínimo, eu preciso conversar, saber seus gostos, etc. Enfim, a interação é importante para mim tanto enquanto pessoa como enquanto artesã.

Por todos esses motivos e para que o artesanato não se torne uma atividade solitária, ando pensando em transformá-lo em uma ferramenta social, um elemento de aproximação entre pessoas, mas a ideia está tão embrionária, que vou deixar para desenvolvê-la em uma próxima oportunidade. Só posso adiantar que, assim como várias outras atividades, acredito que o artesanato pode ser uma forma de recuperar a autoestima das pessoas, tornando-as produtivas e integrando-as na sociedade.

Uma ótima semana a todos.

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Divulgação

Bom dia, pessoal.

Visto que eu sou uma pessoa bem fechada em mim mesma, o primeiro grande obstáculo que encontrei no artesanato foi a divulgação dos meus produtos, a exposição do meu trabalho à apreciação e crítica das pessoas. Conheço bem a teoria: o trabalho artesanal sempre está sujeito a ficar imperfeito. Aliás, eu diria que essa é a situação normal, e não a exceção! É muito raro, acredito, executar um projeto sem erros. Aceitar isso, aceitar que não somos perfeitos é, talvez, o primeiro passo para vencer a barreira da exposição.

O que acabou funcionando para mim foi fazer com que essa exposição fosse controlada. Comecei com um grupo de pessoas com as quais eu tinha contato direto. Não necessariamente amigos próximos, mas pessoas com quem eu convivo e de quem eu posso colher opiniões e sugestões. Eles me deram uma base sobre a qual eu pude trabalhar e me aperfeiçoar até criar coragem para o próximo passo.

Acho que, dessa forma, por mais inibida que eu seja, acabei ganhando a confiança necessária e consegui ampliar o público para quem expunha meu trabalho até que, enfim, cheguei às redes sociais, através do instagram (@caminhos.do.artesanato).

Além de quebrar barreiras internas para divulgar meu trabalho, foi nesse processo que percebi que era muito importante assinar minhas peças, assumindo seus pontos positivos e negativos. Daí iniciei a criação da marca Caminhos do Artesanato, dei início a preparação deste blog, que, um dia, pretendo transformar em um site mais completo e fiz um cartão de apresentação, como vocês podem ver na figura que ilustra este post. Todo este processo de exposição foi um desafio para mim, e o fato de estar aqui, conseguindo falar sobre essa situação é uma conquista que me dá uma alegria muito grande.

Claro que cada um tem um ritmo. Para chegar neste ponto, levei uns três ou quatro anos, e ainda tenho um longo caminho a percorrer. O importante, acredito, é não se demorar demais em uma etapa, de forma a não perder o ritmo. Quem anda de bicicleta sabe que o segredo de ficar equilibrado e não cair é manter o movimento.

Pelas postagens nos grupos de artesãos de que participo no facebook, sei que essa dificuldade não é só minha, mas é compartilhada por muitas pessoas. A divulgação é um passo difícil, mas que, acredite, fica mais fácil a cada projeto executado. As críticas podem e vão acontecer, mas é importante refletir sobre elas para tirar ensinamentos e criar novas técnicas.

Uma ótima semana para vocês e até a próxima.

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A Centésima Martelada

Olá, pessoal.

Uma vez eu li uma história que criou raízes em mim e que passo a compartilhar com vocês. A história aborda a relação mestre-discípulo de um ponto de vista diferente.

Havia um homem que caminhava pela estrada com o firme propósito de encontrar um mestre que o guiasse pela vida. Passando pela porta de uma casa, ele viu um escultor que olhava atentamente para um bloco de pedra. O escultor colocou o formão em uma determinada posição sobre a pedra, respirou fundo e aplicou uma forte martelada. Nisso, a pedra rachou e surgiu a escultura praticamente pronta.

O homem ficou maravilhado e pensou consigo mesmo que finalmente havia encontrado seu mestre. Ele entrou humildemente no terreno e implorou ao escultor que se tornasse o seu mestre. O escultor o olhou espantado e perguntou o porquê de tão estranho pedido.

O homem disse que jamais havia visto um feito como aquele, que deixara claro que o escultor tinha um poder fantástico e, por isso, o homem desejava que ele se tornasse o seu mestre. O escultor riu e disse que não, que o que o homem viu não o qualificava como mestre.

O homem ficou perplexo e insistiu que havia testemunhado um feito impressionante e de grande poder. O escultor negou de novo, dizendo que o que o homem testemunhou foi a centésima martelada, aquela que finalizou o serviço. Disse que o homem não estava presente para testemunhar as outras noventa e nove marteladas prévias, que aparentemente não surtiram qualquer efeito, mas que foram necessárias para preparar e tornar possível a centésima martelada.

Eu adoro essa história e sempre lembro dela quando alguma técnica não funciona ou quando não fico satisfeita com uma peça. Sempre penso que não deu certo porque ainda não era ainda a centésima martelada, mas é uma das etapas necessárias de preparação, e, da próxima vez, quem sabe? O que não se pode fazer é desistir!

É isso. Uma ótima semana a todos.

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