ScrapBook (1)

Olá, pessoal.

A tecnologia nos deu muitas vantagens em relação à vida de séculos passados, mas também gerou uma certa (para não dizer, enorme!) dispersão em nossa atenção. Hoje, a facilidade gerada por certas tecnologias nos faz deixar de perceber aquilo que é essencial. Nos apegamos mais a forma que ao significado; nos envolvemos em discussões vazias; mostramos enorme interesse em acompanhar a vida de quem não conhecemos e ignoramos a presença de quem está a nosso lado. Enfim, a tecnologia que tem o potencial de nos aproximar está criando pessoas cada vez mais isoladas.

Um exemplo bem claro para mim é a fotografia. Há trinta anos, talvez menos, as máquinas utilizavam rolos de filme. Nós só víamos o resultado de uma fotografia quando revelávamos o filme! E usar rolos de 36 fotos era o máximo! Com 36 fotos, não tínhamos que trocar o rolo a toda hora. Era super-prático! Havia todo um esforço para garantir que a foto iria ficar boa; tínhamos que observar bem a cena, verificar a luz, apoiar a máquina fotográfica para não tremer, etc.

O tempo passou, vieram as máquinas digitais e, hoje, os celulares transformaram em trivial o ato de fotografar. São centenas e, muitas vezes, milhares de fotos em um evento ou viagem. Mas, por incrível que pareça, os registros se perdem. A não ser pelo registro imediato e público em mídias sociais, o registro particular se perdeu no caminho.

Por isso, eu classifico a arte do scrapbook como um movimento de resistência. Um registro gráfico, artístico e particular! O scrapbook não se destina aos outros, mas, principalmente, à pessoa que o faz e mantém.

Existe, claro, o scrapbook digital, mas, particularmente, valorizo muito o bom e velho scrapbook artesanal! É uma atividade criativa, relaxante e que não precisa ser cara. Existem materiais lindos no mercado, assim como ferramentas fantásticas. O material básico, porém, continua sendo papel, caneta e os objetos ou cenas a serem recordados.

Devo confessar que não resisto às washi paper (fitas adesivas), mas, o registro ainda é o mais importante para mim. Cada página é uma recordação muito particular e importante. Não se destina aos olhos de uma multidão. Não foi feita para agradar, mas para recordar. Enfim, é uma atividade que recupera valores, sem a preocupação de exibir ou ostentar. Eu gosto muito, já estou em um segundo volume e recomendo a todos.

É isso. Uma ótima semana a todos.

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Scrapbook

Bom dia, pessoal.

Há alguns anos, eu fazia aulas de conversação em inglês com uma professora que, em um determinado dia, propôs um exercício baseado em uma palestra do TED. O exercício era: durante um mês, nós deveríamos nos dedicar a uma atividade que nunca havíamos praticado. Podia ser qualquer atividade: fotografar, pintar parede, ouvir música chinesa, qualquer coisa. O importante é que fosse realizada todos os dias pelo período de um mês. Na época, completamente do nada, surgiu em minha mente uma palavra: scrapbook. Eu não somente nunca havia praticado como sequer sabia o que era. Só tinha ouvido o nome algumas vezes e sabia que era uma atividade rotineira. Então, o primeiro passo foi pesquisar na Internet o que era scrapbook. Descobri que, basicamente, era um registro gráfico de momentos importantes, um livro de recordações. Descobri, também, que existe um mercado enorme voltado para produtos para scrapbook.

Ok, pensei, então o segundo passo é: vamos às compras! Aí, eu vi que esse mercado estava super inflacionado. Era tudo muito caro e, lembrem-se, eu só precisava praticar essa atividade por um mês!

Lendo sobre a história do scrapbook, vi que se considera que um dos primeiros a praticar essa atividade foi o então presidente dos Estados Unidos, Thomas Jefferson. Ele guardava papeis e recortes de jornais relacionados a sua administração, colando-os em um livro de recordações, em um scrapbook. Então, pensei, a ideia principal é registrar as recordações e, para isso, não preciso de álbuns específicos e complementos complexos ou caros. Resolvido: minha tarefa de um mês erá um scrapbook bem básico. Comprei um caderno de desenho e usei retalhos de papel, papeis coloridos por mim ou por minha mãe, formas de letras, matérias de jornal, fitas adesivas etc.

O mês passou, a tarefa foi cumprida e o problema é que eu não consegui parar! Adorei a ideia e fiquei apaixonada por essa atividade. Com o tempo, o foco mudou: ao invés de registro diário de notícias e eventos, passei a registrar atividades pessoais: festas, encontros, viagens, eventos etc. Aos poucos, os recortes do jornal foram sendo substituídos por fotos, elementos decorativos foram sendo usados, mas, até hoje, eu mantenho o meu bom e velho caderno de desenho (que já está no volume dois). Quando for para o terceiro volume, estou pensando em ideias alternativas para poder usar folhas de scrapbook. Elas são lindas, existem centenas de temas e podem ser usadas em decupagem. Nesse caso, o processo ganhou até nome próprio: scrapdecor.

É isso então. Estão todos apresentados a outra forma de arte e ficam todos convidados a praticar a arte do scrapbook. Uma ótima semana para vocês e até a próxima.

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Transformação

Olá, pessoal!

O artesanato não é apenas a arte de criar. É, também, a arte de transformar. Para mim, esse é um dos desafios mais prazerosos desta atividade: revitalizar uma peça que está quebrada, usada, suja, etc. Uma peça cujo destino seria o descarte e o lixo, aumentando ainda mais a poluição do nosso já tão poluído meio-ambiente. Renovar uma peça pode significar renovar todo o ambiente a seu redor. E, se for uma peça de valor sentimental, significa resgatar essa carga emocional. Eu divido essa atividade em duas categorias principais: reuso de objetos descartáveis e revitalização de objetos existentes, mas já deteriorados.

Um ótimo exemplo da primeira categoria são os objetos que chegam até nós já como produtos a serem descartados, como, por exemplo, as embalagens. Como, de forma geral, embalagens são feitas de papelão, uma técnica que gosto de utilizar nesse caso é o scrapdecor. Os exemplos abaixo são, originalmente, caixas de sapatos que foram trabalhadas com essa técnica.

Reutilizando objetos

A segunda categoria abrange objetos que temos em casa e que não estão mais em condição de uso. Muitas vezes, não temos coragem de jogar esses objetos fora, porque eles têm um valor sentimental para nós. Por isso, preferimos escondê-los em gavetas ou no fundo do armário. O problema é que, assim, nós os tiramos de nossa vista, e seu valor sentimental acaba sendo escondido também. A decupagem é uma ótima técnica de resgate deste tipo de objetos. Foi o que aconteceu nos casos ilustrados abaixo:

Recuperando objetos

As caixas acima foram salvas do lixo com decupagem de guardanapo e o uso de pintura com stencil. Essas e outras técnicas transformam o que, hoje, chamamos de lixo, mas que, amanhã, pode alegrar a vista e restaurar boas memórias.

Resumindo, o artesanato é a arte de criar, sim, mas, não necessariamente, do zero. Podemos criar ou recriar um objeto. Só depende de nossa imaginação.

Uma ótima semana a todos!

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