Terapias

   Bom dia, pessoal.

   Não era essa a forma com que eu queria por a leitura em dia, mas o fato é que estou indo para meu quarto livro desde que começou esse afastamento social. Não estou dedicando à leitura muitas horas no dia, mas estou dedicando algum tempo todos os dias e isso faz muita diferença. Ler sempre foi um prazer enorme, mas agora é uma terapia para encarar o isolamento.

   Nesse momento, acho que precisamos muito buscar coisas que funcionem para nós como uma terapia. Não é fácil manter o isolamento e olha que isso é dito por alguém que nem é tão social assim. Sempre gostei de curtir meu canto e ficar longe de ambientes movimentados ou barulhentos. Porém, ser forçada a ficar isolada é um estresse, mesmo para mim.

   Estou aproveitando para cuidar da casa, organizando cômodos e armários. Por isso, no que se refere ao artesanato, estou dando preferência ao artesanato sustentável, voltado aqui para casa mesmo. Aproveitar potes, latas etc. dando vida e utilidade a objetos e criando produtos organizadores ou ornamentais. Essa é outra atividade que, para mim, acaba se transformando em terapia.

   A jardinagem seria também uma ótima terapia. O problema é que preciso me restringir a lavar vasos e podar plantas. Não dá para sair em busca de terra ou novas mudas. De qualquer modo, a limpreza de vasos e pratos ajuda também na questão dengue, que não acabou e que também deve ser motivo de preocupação.

   Esse isolamento exige muita paciência e muita perseverância de todos nós. As contas não deixaram de chegar, apesar de a renda ter diminuído. Consultas médicas estão sendo adiadas. Eu estou no meio de um tratamento dentário, cujo cronograma já foi todo alterado. Enfim, todos temos problemas e dificuldades, mas precisamos ajudar uns aos outros se quisermos sair dessa situação.

   Recebi de uma amiga uma história que ilustra muito bem esse momento:

   “Conta uma lenda que Deus convidou um homem para conhecer o céu e o inferno. Foram primeiro ao inferno. Ao abrirem uma porta, o homem viu uma sala em cujo centro havia um caldeirão de substanciosa sopa e à sua volta estavam sentadas pessoas famintas e desesperadas.

   Cada uma delas segurava uma colher, porém de cabo muito comprido, que lhes possibilitava alcançar o caldeirão, mas não permitia que colocassem a sopa na própria boca. O sofrimento era grande.

   Em seguida, Deus levou o homem para conhecer o céu. Entraram em uma sala idêntica à primeira: havia o mesmo caldeirão, as pessoas em volta e as colheres de cabo comprido. A diferença é que todos estavam saciados. Não havia fome, nem sofrimento.

   ‘Eu não compreendo’, disse o homem a Deus, ‘por que aqui as pessoas estão felizes enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual?’ Deus sorriu e respondeu:

   ‘Você não percebeu? É porque aqui eles aprenderam a dar comida uns aos outros.’”

  É isso. Uma ótima semana para todos.

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