A arte do diálogo

Bom dia, pessoal.

O diálogo é uma forma de trocar informação e construir o conhecimento, além de, eventualmente, promover o entendimento. O diálogo exige a presença de um interlocutor, ou seria um mero monólogo. Quanto mais diferentes forem as opiniões dos interlocutores, mais rico será o diálogo e maior a troca de experiências. Conversar com alguém que pensa exatamente como você pode ser bem cansativo!

Entretanto, para haver diálogo, todos os interlocutores devem estar dispostos a falar e, principalmente, a ouvir. No mundo de hoje, onde as pessoas têm certezas e não opiniões, e onde essas certezas são cada vez mais radicais e defendidas com violência, a arte do diálogo é cada vez mais rara e pobre. Em ambientes onde não há respeito por opiniões divergentes, onde não há tolerância, o diálogo não encontra oportunidade de nascer e, sem ele, as ideias produtivas e construtivas não florescem.

A prática do diálogo, ainda que seja em um bate-papo com os amigos, também é importante para uma vida social mais saudável. De novo, quanto maior a diversidade de opiniões, melhor. Diversidade de gênero, de faixa etária, de etnia etc. só enriquece um bom diálogo, trazendo novos argumentos e pontos de vista. Esse tipo de troca de experiências está fazendo muita falta em nossa sociedade. Ao não dialogarmos, ao nos fecharmos em nossas certezas, deixamos de praticar não só a arte de argumentar, mas também a arte de ouvir. Perdemos a capacidade de viver e conviver com nossos semelhantes que, se pensam de forma distinta, passam a ser vistos como nossos inimigos.

Sem diálogo, estamos rapidamente nos tornando aptos a voltar à época das guerras tribais, onde nem quem ganha é o vencedor absoluto, mas apenas o troféu de uma nova disputa. Então, a meu ver, para começar a reconstruir essa sociedade, o primeiro passo é reaprender a dialogar, uma arte tão simples e tão difícil!

Uma ótima semana para todos vocês.

Dos tipos de solidão

Bom dia, pessoal.

Antes de mais nada, devo dizer que não tenho formação na área médica e que todas as observações feitas aqui são produtos da observação da natureza. Isto posto, passo a comentar alguns tipos de solidão que estão sendo agravados pelo isolamento social ou são causas da interrupção deste mesmo isolamento.

Um tipo de solidão que encontramos por aí é aquela causada pela falta da presença alheia, quando a pessoa está impossibilitada de conviver com os outros. Como seres sociais que somos, o convívio, a troca de ideias, o compartilhamento de experiências, o comemorar juntos, o sofrer juntos, enfim, o estar juntos nos faz uma falta imensa. É a solidão que deriva das saudades de tudo e todos.

A solidão descrita acima piora muito se a pessoa não se basta, se ele não consegue conviver com ela mesma e precisa de companhia, não para compartilhar momentos, mas tão somente para não ficar a sós consigo. É o tipo de solidão que pode acontecer no meio de uma multidão, não somente no isolamento do lar.

Outras pessoas que não conseguem ficar só são os narcisistas e os egocêntricos. Os primeiros necessitam do outro para exibir-se, enquanto que os segundos necessitam do outro para serem servidos ou terem suas necessidades atendidas. Essas pessoas, me parece, são as candidatas mais prováveis para relaxar o isolamento e espalhar, mesmo que não intencionalmente, o vírus. Elas têm uma necessidade quase patológica de inserir-se em um grupo e de estar em contato físico com ele.

Para muitos, a tecnologia, através de transmissões ao vivo ou gravadas, alivia um pouco a necessidade física da presença de um público. Entretanto, essa tecnologia não está disponível e nem é satisfatória para todos.

Esses problemas, além das questões econômicas, podem ajudar a entender porque é tão difícil, em nível mundial, obter a colaboração das pessoas no combate ao corona vírus através do isolamento social. Se a humanidade houvesse conseguido fazer um isolamento máximo por um tempo mínimo, talvez, a situação não houvesse ficado tão ruim e o vírus poderia ter sido confinado e controlado. Claro que também há que se considerar a questão da falta de conhecimento a respeito deste vírus. Entretanto, acho que o pleno conhecimento a respeito dele não teria feito tanta diferença.

A COVID-19 apareceu justamente em uma época em que a sociedade criou um número enorme de egocêntricos e narcisistas através de uma economia consumista, da supervalorização da satisfação dos desejos, da deficiência da educação familiar, que, em muitos casos, não está preparando as pessoas para lidarem com a frustração etc. Tudo isso, sim, acho que pode ter feito toda a diferença na eficiência de combate ao vírus.

A humanidade vem demonstrando que não consegue trabalhar em conjunto e o corona vírus agradece e multiplica-se. Por tudo isso, acredito que apenas uma vacina eficaz poderá resolver esta situação. Mais do que nunca, precisamos confiar e depender da ciência, porque depender do ser humano já se mostrou impossível.

Tenham todos uma ótima semana.

Valores & Produtos

Bom dia, pessoal!

O título pode dar a entender, entretanto esta postagem não é sobre artesanato, mas sobre um pensamento que me ocorreu durante a semana.

É engraçado pensar na ambiguidade que temos ao pensar na palavra “antigo”. É comum ouvir comentários que asseguram que os valores antigos são sempre melhores que os de hoje. A amizade de antigamente era mais sincera; A honestidade antigamente era mais valorizada; A educação das pessoas antigamente era maior. Tudo antigamente era melhor que hoje.

Para compensar, existem tantos outros comentários que asseguram que os produtos antigos, com exceção de sua durabilidade, são sempre piores que os de hoje. Os carros antigos são mais lentos; As geladeiras antigas não são eficientes como as de hoje; os telefones antigos, então, falar o quê?

A pergunta que me ocorreu foi: se é verdade que os valores antigos eram melhores que os atuais, apesar de existirem no tempo em que os produtos eram piores, isso não é um sinal claro de que o materialismo adotado pela sociedade falhou em propiciar uma vida mais feliz ou, pelo menos, mais ética?

Ao contrário de antigamente, hoje não consertamos mais nada. Se a geladeira deu defeito, troca! Se a TV parou de funcionar, compra outra! Se o celular ficou lento (não precisa nem dar defeito), substitua-o! Todas as coisas são substituíveis, compráveis e negociáveis.

O problema, me parece, é que as características de produtos passaram a ser aplicadas também aos valores. Além da “coisificação” dos valores, a economia moderna também passou a determinar o que deve ser valorizados e, pior, provocou a confusão e mistura entre os conceitos de “valor” e “produto”. A posse de um produto, cuja conquista é uma medida de sucesso ou felicidade, passou a ser um valor.

Todo esse materialismo e todo esse consumismo abafaram os valores de antigamente até que, por fim, se tornaram o objetivo maior do ser humano. Queremos ter, muito mais do que ser. Isso, acredito, está criando uma sociedade doente, onde a posse de objetos passou a ser o objetivo máximo a ser conquistado mesmo que por meios violentos e antiéticos.

O futuro dirá se a gangorra da história vai nos levar de volta aos valores de antigamente, quando a posse de um objeto era tão somente resultado da vida econômica de uma pessoa e o conceito de sonho de consumo ainda não movia as pessoas.

Como disse, apesar do título, a postagem de hoje não tratou de artesanato e, sim, de algo que me ocorreu durante a semana. E por falar em semana, tenham todos uma ótima semana!

Escolhas

Bom dia, pessoal.

É muito comum irmos a um restaurante e pedir o cardápio para escolher o que vamos comer. Escolhemos nosso prato segundo nossa vontade no momento, nosso gosto e nossa capacidade de pagar. A grande maioria das vezes não deixamos que um desconhecido escolha por nós. Este procedimento de escolha é quase automática e nem pensamos em alternativas.

Com a Internet, deveria acontecer o mesmo. O “cardápio” é variado e atende a todos os gostos. Então, seria lógico pensar que cada um pode escolher segundo o seu gosto. Até é possível experimentar algo novo para variar, mas a fidelidade, o transformar aquele ‘novo’ em ‘habitual’, continuaria a depender de nossa vontade.

Acontece que, de forma estranha, não é isso que acontece. Apesar de a Internet ter toda uma variedade de conteúdo, as pessoas tendem a seguir, não as suas vontades e gostos, mas as indicações e opiniões dos chamados ‘influenciadores’ da Internet. Sério, isso já é visto como uma profissão!

Essa forma de agir nos leva de volta à adolescência, quando, muitas vezes, a pessoa quer tanto fazer parte de um grupo, que assume os valores desse grupo como se fossem os seus. O processo de amadurecimento é justamente o processo de marcar sua individualidade e viver segundo os seus valores.

Voltando ao caso da Internet, parece que vivemos outra vez essa característica da adolescência. Abdicamos da liberdade e da responsabilidade da escolha e. tornamo-nos seguidores do gosto alheio na tentativa de integrar um grupo e de ser vistos como parte deste grupo, e não como um ser único.

Alguns vão dizer que é assim mesmo e que isso é normal. Afinal, as pessoas sempre são influenciadas pela opinião de alguém, pelo padrão de consumo de alguém, pelas campanhas publicitárias etc.. Provavelmente, esta é a mais pura verdade. A diferença, entretanto, é que a Internet, assim como o cardápio de um restaurante, apresenta escolhas e opções. É só você não seguir cegamente, mas buscar e analisar várias opções e escolher a que mais lhe agrada, a de que quer se alimentar. Deveria ser simples assim, mas não é, o que diz muito sobre nós.

Uma ótima semana a todos!

Organização

Bom dia, pessoal!

Hoje, eu vou explorar um pouco a organização de ambientes e a indústria criada ao redor desta atividade.

O princípio de que um ambiente organizado gera um clima agradável faz muito sentido para mim, Entretanto, conheço pessoas que preferem outros tipos de ambiente e sentem-se muito bem assim. Então, o primeiro passo é descobrir o tipo de ambiente que queremos e criar um sistema que propicie este ambiente. Não dá para impor um sistema de organização e muito menos padronizar o que é certo ou errado.

Na esteira da atividade de organizar, surgiu toda uma indústria de produtos organizadores. São bonitos e práticos, mas costumam ser bem caros. Então, acho que outro passo importante é a consciência que a organização não depende desses produtos, que podem ser substituídos pelo que já temos em casa (papelão, caixas, potes etc.) O importante é que o sistema escolhido funcione para a pessoa que vai usá-lo. Caso contrário, a organização não terá manutenção e terá curta duração.

Além da indústria de produtos organizadores, surgiram as linhas de pensamento e as pessoas de destaque nesses campos. Um exemplo de linha de pensamento é o minimalismo. Se você tem o mínimo de coisas necessárias, organizá-las fica mais fácil.

Eu gosto da linha minimalista, mas não o minimalismo baseado no que te deixa feliz.(linha da japonesa Marie Kondo). Prefiro o minimalismo no sentido de ter o que uso ou, em outras palavras, uso tudo o que tenho. Gosto de eliminar os buracos negros – gavetas ou armários em que “guardamos” objetos e esquecemos que eles existem. O resultado, muitas vezes, é que acabamos comprando aquilo que já temos.

Assim, apesar de toda uma indústria ter sido criada, o fato é que gosto muito dos conceitos da organização e do desafio de organizar utilizando a menor quantidade possível de produtos industrializados. Mas cada um tem sua forma de pensar, de organizar e de curtir seu ambiente. E, de novo, não há certo ou errado.

Tenham todos uma ótima semana!

Vacinas

Bom dia, pessoal!

Eu, que pensava que a aposentadoria me permitiria fazer muito artesanato, estou tendo um ano de produção baixíssima por conta do isolamento social. Este é um ano difícil e acho que só a chegada da vacina vai devolver a segurança de voltar às ruas buscando e atendendo clientes. Isso se a situação econômica permitir que haja clientes.

A urgência de uma vacina é sentida por todos os governos e por suas economias. Essa urgência (principalmente pelas razões econômicas) disparou várias linhas paralelas de pesquisa e desenvolvimento, fazendo com que vários produtos estejam, atualmente, na fase de testes em humanos. Tudo isso em menos de um ano, o que é um record absoluto. Gostaria de acreditar que etapas de desenvolvimento, principalmente aquelas ligadas à segurança, não estão sendo queimadas, mas tenho minhas dúvidas.

Infelizmente, ainda há que se considerar que a existência de diferentes vacinas (a chinesa, a russa, a de Oxford e outras) será causa de uma disputa ideológica entre governos mais preocupados com questões políticas que com as humanitárias. Só nos resta torcer para que todas essas vacinas sejam igualmente eficazes, para que não haja “vencedores” e “vencidos”, mas acho que isso é otimismo demais.

Em relação ao artesanato, pessoalmente, acho que só quando houver uma vacina comprovadamente eficiente vou ter coragem de voltar à produção normal. E não se trata apenas de poder voltar a sair em busca de material e clientes, mas é também a possibilidade de não usar tanto tempo na limpeza de produtos, embalagens e outras tarefas diárias que nos são impostas pela COVID-19.

Vamos torcer pela vacina, e rezar para que ela não seja razão de mais desentendimento entre os povos. Tenham todos uma ótima semana!

Símbolos & Fatos

Bom dia, pessoal!

Símbolos são representações ou alusões a, por exemplo, ideias ou fatos. Eles não são a coisa em si, mas evocam sua lembrança. As estátuas foram, provavelmente, as primeiras obras de arte tridimensionais usadas, ao longo do tempo, para homenagear, venerar ou perpetuar alguém ou alguma coisa.

Quando se trata apenas de ideais estéticas, o tempo pode mudar o grau de valorização da obra, mas nunca tira dela a importância de ter sido feita. Entretanto, quando se trata de registro histórico, a homenagem de hoje pode ser a ofensa de amanhã, assim como os heróis de hoje podem ser os vilões de amanhã. A visão histórica muda com o tempo e as pessoas e fatos são julgados segundo novas perspectivas.

Temos visto, nos últimos dias, vários ataque a estátuas e monumentos que representam personagens históricos. Cristóvão Colombo, por exemplo, deixou de ser visto como o navegador audacioso que descobriu um novo continente e passou a ser julgado como o homem que começou a exploração predatória deste mesmo continente. Neste novo cenário, suas estátuas, ao redor do mundo, estão sendo atacadas e destruídas.

A revisão histórica sempre aconteceu e o direcionamento do ódio de uma massa de pessoas que, em um momento de exaltação, é canalizada para a destruição de uma simples obra de arte que representa o objeto de seu ódio tampouco é novidade. É, sem dúvida, um momento de catarse coletiva.

A novidade, talvez, seja a quantidade de casos simultâneos que, agora, se espalham pelo mundo. O problema com esses atos é que a destruição do símbolo não tem a menor influência na modificação do fato que lhe deu origem. Mantendo o exemplo, podemos destruir todas as estátuas de Colombo que existem no mundo e isso não modificará de forma alguma o que aconteceu após sua chegada à América Central.

Considero que seria muito melhor, ao invés de destruir estátuas, utilizá-las para debater o assunto e atualizar livros. Entretanto, quando se trata de massas, o raciocínio desaparece frente à emoção que, geralmente, só se satisfaz com a violência.

Uma ótima semana a todos.

Como será o amanhã?

Bom dia, pessoal.

O que me parecia uma boa notícia, pode mostrar-se um problema a mais. Começam a diminuir o número de mortes por COVID-19 no Rio de Janeiro, o que é uma excelente notícia. O problema é que estou vendo um número cada vez maior em clima de fim de pesadelo! Isso pode indicar que muitos tentarão voltar a sua rotina anterior, sem ter aprendido nada e sem mesmo encarar este período como uma lição.

Então, como será o tão propalado ‘novo normal’? Caso você encontre um amigo que não vê há vários meses e ele tentar te abraçar. O que fazer? Como explicar que você está tentando viver uma nova realidade, e que não quer ofendê-lo ao negar um abraço? Pior, como você vai se sentir ao negar um abraço?

E quando você chegar em um consultório médico e a recepção estiver lotada? O que fazer? E quando pintar um convite para assistir a um show ou a uma peça em um local no qual você sabe que haverá aglomeração de pessoas? Como recusar o convite sem parecer indelicado ou antissocial?

São muitos os problemas que vêm por aí e as mesmas amizades que passaram incólumes pela crise serão novamente testadas no mundo pós COVID-19. Muitas pessoas, provavelmente entre nossos amigos, não acreditam na gravidade desta pandemia e não têm nenhuma intenção de adaptar-se a uma nova realidade. Isso já indica que haverá dois tipos básicos de comportamento e dois novos rótulos para definir as pessoas: inconsequente e neurótico. Esses dois rótulos, por trás de dois pontos de vistas, vão ter que compartilhar o futuro e conviver mundo afora.

As amizades serão testadas e a forma de tocar meu artesanato também terá que ser repensada. Grandes feiras parecem coisa do passado, mas isso pode ser porque eu estou ao lado dos neuróticos. Vamos ver como será o amanhã!

Tenham todos uma ótima semana!

O artesanato vive!

Bom dia, pessoal.

Neste isolamento social e apesar de todas as necessidades da casa, da família e mesmo do pet, o artesanato continua presente em meus pensamentos. Sim, agora já não é mais apenas uma atividade comercial ou um hobby. Agora, é parte de mim e parte de uma forma de olhar para as coisas.

Antes, uma embalagem, um objeto velho ou uma peça quebrada era lixo, enquanto que, hoje, é uma possibilidade. Ao organizar meu armário, por exemplo, encontrei uma embalagem de papelão sem uso. Era uma excelente caixa e não consegui vê-la como lixo, mas como uma possibilidade de presente, cuja reforma pode ser vista na foto de chamada desta postagem. Depois que incorporei o artesanato em minha vida, nada mais é simplesmente o que é, mas o que pode vir a ser.

Se estou fazendo pouco artesanato nesse dias de isolamento social, é devido, principalmente, a todos os novos desafios que apareceram na luta contra a COVID-19. Entretanto, existe também à impossibilidade de fazer compra de material ou entrega de encomendas. Infelizmente, mesmo morando em um grande centro urbano, a violência torna tudo difícil, inclusive o trabalho dos correios. Não dá para arriscar a compra pela Internet, só me restando aproveitar ao máximo o material que tenho em casa. Isso foi o suficiente para fazer essa caixinha, usando scrapdecor, mas não daria, por exemplo, para fazer outra igual.

Assim, meu problema não está apenas na pandemia, que espero que acabe logo, mas também na dificuldade de acesso a serviços, que é causada pela violência e pela ineficiência. Infelizmente, para essas coisas não há esperança de uma solução rápida, até porque elas estão sendo apenas escondidas pela pandemia.

O artesanato, portanto, vive, apesar de todos os problemas. Quero muito voltar a uma normalidade, mas não gostaria que fosse a normalidade de antes, e, sim, uma melhor.

Tenham todos uma ótima semana!

Elogio à escrita

Bom dia, pessoal.

Assim como o artesanato, escrever é uma arte. Não é fácil, pelo menos para mim, desenvolver uma ideia de forma coerente, e mais difícil ainda é ter ou captar uma ideia que possa ser desenvolvida.

Geralmente, procuro por temas nos jornais, em livros que eu esteja lendo ou em conversas, filmes etc. Muitas vezes, o tema é uma frase que vi ou ouvi em algum lugar e que tem que ser anotada rapidamente para que eu lembre mais tarde e desenvolva a ideia.

Escrever um texto exige esforço e paciência, assim como diversos rascunhos. Eu não tenho problemas em usar um computador, mas confesso que, para desenvolver um texto, ainda prefiro caneta e papel. Escrever exige também a capacidade de retomar o raciocínio após as inevitáveis interrupções: alguém bate à porta, o telefone toca, o cachorro late, o marcador da light aparece etc. Definitivamente, escrever é uma arte, é o uso de palavras para a transmissão de ideias e sentimentos, sem ajuda de emojis ou gifs animados.

Por falar em temática, este blog nasceu para ser alimentado com textos que falassem de coisas ligadas ao artesanato. Nunca tive a intenção de fazer tutoriais de técnicas de artesanato, mas apenas refletir sobre aspectos ligados a essa atividade.

Com o tempo e principalmente durante este ano tão marcado pelo caos gerado pela COVID-19, eu simplesmente fui escrevendo sobre assuntos variados que me despertavam a atenção, sem a preocupação de obrigatriamente falar de artesanato.

Essa ruptura, gerada por um ano totalmente louco, manteve minha disciplina de escrever um texto semanal e serve também como válvula de escape das tensões do isolamento social. Essa é a razão de os posts, ultimamente, falarem mais de caminhos que de artesanato.

Um dia, quem sabe, o blog volta a sua normalidade. Até lá, a arte de escrever servirá para manter esta artesã trabalhando, meditando sobre temas variados e praticando na arte de desenvolver um texto.

Uma ótima semana a todos vocês!