Odisseia – Parte 1

Bom dia, pessoal!

Eu considero Odisseia, de Homero, um dos meus clássicos favoritos. E aí alguém pode perguntar: como um livro escrito há tantos séculos pode continuar a ser o favorito de alguém? A resposta mais simples, provavelmente, é dada por Ítalo Calvino, no início de seu ensaio – Por que ler os clássicos. Ele diz que: “Os clássicos são aqueles livros dos quais , em geral, se ouve dizer ‘Estou relendo …’ e nunca ‘Estou lendo …’ “.

As questões existentes em um clássico e o ser humano que está ali são atuais, não importa quando o livro foi escrito. O Ulisses de Homero, considerando-se seus defeitos e qualidades, pode ser meu vizinho, pode ser um colega de trabalho, pode ser mesmo eu.

Outra característica de um clássico é que, apesar de as palavras escritas ali serem sempre as mesmas, cada vez que você o relê, você estará lendo um livro diferente. Ele não se repete porque o leitor mudou: tem outra idade, passou por experiências novas, reconheceu pontos fortes e fracos nas pessoas, ficou feliz e decepcionou-se com os outros e consigo mesmo. Tudo isso dá ao leitor uma nova percepção e o faz interpretar e perceber coisas na história que não foram notadas antes.

Então, Odisseia é, sim, um dos meus clássicos favoritos e eu o estou relendo em prosa, apesar de, originalmente, ele ter sido escrito como um poema épico, por volta do século VIII a.C. Homero narra o retorno de Ulisses para sua casa após o término da guerra de Troia. Ulisses é o nome latino de Odysseus e ele era o rei de Ítaca, onde havia deixado sua esposa, Penélope, e seu filho, Telêmaco.

Ulisses era tido como uma pessoa ardilosa, tendo sido dele a ideia do cavalo de Troia, que pôs fim à guerra que durou dez anos. Portanto, Ulisses está há dez anos afastado de casa quando, finalmente, tem a oportunidade de regressar a seu lar. O que ele não sabia, neste momento, é que o regresso, a Odisseia, levaria outros dez anos.

Então, de forma não necessariamente contínua, eu postarei aqui minhas interpretações atuais do livro nesta releitura. Claro que haverá dezenas de spoilers e, por isso também, estou fazendo esta introdução como um alerta àqueles que estão lendo o livro pela primeira vez.

Por enquanto, fico por aqui e desejo uma ótima semana a todos.

Distopias

Bom dia, pessoal!

Uma utopia é uma sociedade perfeita, no qual as pessoas têm liberdade, exercem essa liberdade com responsabilidade, são felizes e realizadas. Na prática, é um ideal inatingível por mais desejado que seja.

O contrário de uma sociedade utópica é uma sociedade distópica, na qual a liberdade não existe. Este tipo de sistema é, infelizmente, bem mais crível quando observamos as sociedades humanas e sua história. Talvez, por isso, esse tipo de sociedade seja bem mais comum na literatura do que as utopias. Várias obras discorrem sobre distopias. São livros de ficção, sim, mas são histórias que apontam para possibilidades reais. Alguns exemplos de romances distópicos são: Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley), 1984 (George Orwell), Jogos Vorazes (Suzanne Collins) e O Conto da Aia (Margaret Atwood).

Este último livro conta com uma continuação (Os Testamentos), que é o meu objeto de leitura atual. Este livro responde a muitas das perguntas que ficaram no ar no primeiro livro. Descobrimos, sem muitos detalhes, como Gilead se formou e como as pessoas foram dividas nas novas classes (comandantes, tias, esposas, aias, olhos etc.). Sem spoilers, posso dizer que Gilead seria a resposta moralizante a uma sociedade anterior, que se julgava permissiva. Claro que essa moralização se dá pela ótica masculina e, portanto, são as mulheres as que mais sofrem nesse processo.

O livro não se propõe a explicar todas as questões que surgem na cabeça do leitor. Muitas coisas têm que ser aceitas sem que sejam explicadas, mas, como ocorre em toda distopia, podemos partir do princípio que o excesso de um problema (violência, pobreza, fome etc.) leva a uma ruptura violenta e, muitas vezes com a concordância inicial da sociedade, aceita-se eliminar as liberdades em prol de uma pseudo segurança, de uma solução mágica para todos os problemas anteriores.

Claro que, ao analisar melhor uma sociedade distópica, o leitor vai percebendo que aqueles problemas iniciais não foram resolvidos, mas apenas escondidos. O mesmo acontece com Os Testamentos. O leitor vai percebendo que Gilead não traz respostas, mas apenas violência e injustiça para muitos e privilégios para poucos.

De forma geral, eu gosto de ler romances distópicos porque, ainda que sejam produtos de ficção, são construídos sobre possibilidades e são alertas que nos fazem refletir. Fica, então, a dica de leitura.

Tenham todos uma ótima semana.

Ma

Bom dia, pessoal!

Recentemente, conheci um aspecto da cultura japonesa que me pareceu bastante interessante. O Ma é um momento de pausa, um intervalo para a contemplação, um vazio intencional. O Ma não me parece ser passivo, mas um momento consciente e de atenção focada, um momento de respirar, de estar presente.

Em nossa sociedade, não costumamos dar valor às pausas. Pelo contrário, preenchemos todo e qualquer intervalo com atividades e, muitas vezes, executamos essas atividades mecanicamente, sem consciência ou atenção. Essa falta de pausa está deixando a vida tão acelerada e estressante que as pessoas estão ficando doentes tanto física como mentalmente.

Por aqui. acho que o Ma seria considerado um desperdício de tempo, o qual poderia estar sendo usado para um aumento de produção. Entretanto, fazer as coisas com rapidez não quer dizer fazê-las bem e devemos nos perguntar para que estamos correndo tanto? Será que o preço pago em qualidade de vida não está sendo alto demais?

Muitas vezes, um momento de intervalo ou de pausa faz toda a diferença. Na música, por exemplo, “tocar” a pausa é tão importante como tocar o acorde. É a união dos dois que forma a música. Os filmes mais recentes do cinema ocidental são outro bom exemplo de como estamos negligenciando a pausa e impedindo uma apreciação melhor da obra. O excesso de cenas de ação e de efeitos especiais muitas vezes impedem que a história seja bem contada e fazem com que os que a assistem não tenham tempo de pensar. Na verdade, eu acho que isso é muitas vezes intencional.

No artesanato, acho que o ato de valorizar as pausas pode ser aplicado ao respeito pelo tempo necessário para a realização correta de um processo. O tempo de secagem de uma demão de tinta é um bom exemplo. Inúmeras vezes, com pressa, eu acelerei o processo de secagem e o resultado não compensou, mostrando que, como diz aquele velho ditado, a pressa é inimiga da perfeição.

Acredito que não exista, atualmente, analogia melhor ao Ma que o presente ano de 2020. Podemos encará-lo como uma grande pausa para a reflexão sobre nossa vida e sobre nós mesmos. Vendo esse ano como um intervalo na vida, podemos aproveitar essa pausa para fazer mudanças que vão se refletir em nosso futuro.

Então, gostei muito de conhecer esse conceito e pretendo entendê-lo melhor e aplicá-lo em minha vida. Tenham todos uma ótima semana!

Estantes

Bom dia, pessoal!

Várias pessoas já observaram que virou moda fazer com que a estante componha o cenário nas transmissões de vídeo de aulas, palestras, comentários, análises etc. Se não for a estante completa, então há livros espalhados pelo ambiente e, caso você tenha curiosidade, é possível dar zoom nas imagens e ver que livros estão na estante ou na mesa da pessoa.

Já vi questionamentos e especulações sobre o porquê desta tendência e se isso poderia indicar o perfil de leitura daquele indivíduo. Falando por mim e pela minha estante, eu diria que não é possível identificar meu perfil de leitura. Em primeiro lugar, minha estante é pequena e não comportaria o número de livros já lidos. Por falta de espaço de armazenamento e por acreditar que um livro deve circular, não ficar pegando poeira em uma estante, há muito que eu tenho o hábito de dar muitos dos meus livros. Ainda há que se considerar o fato de que, ao longo dos anos, eu tenho investido muito na aquisição de livros eletrônicos. Eu adoro a velha e boa encadernação em papel, mas são pesadas e ocupam espaço!

Por essas razões, a configuração atual da minha estante mostrará mais livros de consulta: dicionários, gramáticas, livros de história etc. Ainda tenho livros de literatura, mas os que estão por aqui não definem um perfil de leitura.

Voltando à moda de exibir estantes, seria curioso saber a razão de elas servirem de pano de fundo. Será uma demonstração de que o falante estudou bastante o assunto tratado? Será uma simples aparência de intelectualidade e organização? Mais uma vez usando minha estante como exemplo, caso eu a usasse como pano de fundo, vocês veriam livros alinhados aleatoriamente, não organizados por autor, gênero ou mesmo tamanho. Isso sem falar das caixas de material de decupagem e scrapbbok com as quais os livros dividem espaço. Chego à conclusão que, pela moda atual, minha estante não serviria para cenário de uma transmissão desse tipo. Ela está mais para reality show, mas me atende perfeitamente e isso é o que importa.

E vocês? Já gravaram vídeos diante de suas estantes? Poderia haver um concurso com várias modalidades: beleza, tamanho, organização, diversidade de idiomas e vários outros. Que tal? Fica a ideia e o desejo de uma ótima semana para todos!

Vamos brincar?

Bom dia, pessoal!

Há alguns dias, vi um artigo cujo título era uma questão interessante: até que idade devemos brincar? O termo “até” me deixou incomodada porque estabelece um limite, como se brincar representasse uma fase que deve ser ultrapassada. Posso concordar que brinquedos e brincadeiras representam uma fase. Hoje em dia, por exemplo, não posso brincar de pique e não tenho nenhuma vontade de brincar com bonecas. Entretanto, a atividade de brincar é atemporal. Brincar é divertido, relaxante, socializa e não tem contraindicações. Basta se adaptar ao brinquedo e à brincadeira.

Muitas pessoas dizem que essa atividade é coisa exclusivamente de crianças. Muitas outras mudam o nome da atividade para não se sentirem infantis. Nesse caso, brincadeira passa a ser chamada de terapia, atividade contra o estresse, passatempo etc.

Eu não me incomodo nem um pouco em dizer que gosto, sim, de brincar: montar quebra-cabeças, fazer palavras cruzadas, jogar jogos de tabuleiro etc. Por que eu deveria achar que, ao praticar tais atividades eu não estou brincando? Desenhos de colorir para adultos não é uma atividade lúdica? Sinceramente, não entendo brincadeira como uma atividade exclusivamente infantil, mas como uma atividade humana perfeitamente saudável! Não vejo problema algum em valorizar o brincar, reconhecendo nele algo que nos ajuda a lidar com o estresse do dia a dia e que nos alegra.

Talvez a sociedade não fosse tão doente se as pessoas resgatassem essa atividade, sem o compromisso da competição. Acredito que os esportes tenham perdido parte de seu apelo justamente quando deixaram de ser uma brincadeira e passaram a ser um negócio competitivo.

Enfim, respondendo a pergunta da matéria, acho que devemos brincar até a idade máxima que consigamos nos divertir com a brincadeira. É isso, e desejo a todos uma ótima semana!

Ele voltou!

Bom dia, pessoal!

Depois de longos meses criando e viabilizando uma nova rotina doméstica por conta do coronavírus, estou feliz por ter conseguido reinserir o artesanato no meu dia a dia! Claro que as condições ainda não estão normalizadas, já que eu ainda não estou saindo para comprar material ou fazer entregas, mas voltar à prática é um primeiro passo que me deixou bem feliz.

As caixinhas da chamada não são novas. Elas eram forradas de tecido e já estavam bem sujas. Então, consegui utilizar o material que tenho em casa para reciclá-las. Gosto muito dessa atividade porque me dá a sensação de que estou contribuindo para diminuir a quantidade de lixo no mundo. Então, além de simbolizar a possibilidade de reciclar e reutilizar material, essas caixinhas marcam meu retorno ao artesanato, ainda dentro desta crise que não sabemos quando e como vai passar..

Hoje em dia, eu já não acredito que a maioria das pessoas pense em adquirir novas rotinas e novos hábitos. As praias e bares lotados, as festas e o comportamento das pessoas em promoções mostram que não haverá o chamado novo normal, pelo menos, não para a maioria.

Isso, para mim, apenas mostra que a sociedade humana não cultiva a empatia, que pode ser encontrada apenas em indivíduos ou em pequenos grupos. Acredito que muitos desses indivíduos, sim, viverão uma nova normalidade e que esta exigirá que medidas tomadas durante o confinamento transformem-se em rotina.

Não sei como o artesanato vai entrar nesse novo normal, do qual pretendo fazer parte: vender apenas pela Internet? Utilizar serviço de entrega terceirizado? Como fazer compra de material em lojas físicas? Como funcionarão as feiras de artesanato? São muitas perguntas a se fazer e muita logística a se construir, mas essas perguntas e essa logística são necessárias.

Enfim, ter voltado a praticar e a assistir a meus cursos pela Internet me deixaram muito feliz, mesmo sendo apenas o primeiro passo. Para mim, é claro que as coisas não podem ser como anttes, mas as coisas diferentes não necessariamente são piores. É confiando nisso que desejo a todos uma ótima semana!

Schadenfreude

Bom dia, pessoal!

Os idiomas são ferramentas de comunicação eficientes e dinâmicos. Eles se desenvolvem ao longo da história de um povo e, geralmente, têm algum tipo de correspondência direta com idiomas de outros povos. Ocorre, porém, que, às vezes, algumas palavras de uma língua não são facilmente traduzidas para outras. Isso ocorre, por exemplo, com a palavra ‘saudade’ em português, com ‘namastê’ do sânscrito etc.

Recentemente, em uma edição da revista Vida Simples, descobri outra palavra dessa família, agora em alemão, idioma do qual não entendo nada. Schandefreude não tem tradução direta para o português, mas tem o sentido de sentir “alegria ou satisfação com o dano alheio”. Sabe aquela situação em que você está desempregado, o aluguel venceu, roubaram seu celular e ainda assim você fica feliz ao ver um rico empresária falindo? Pois é. Esse sentimento é schadenfreude! Você se depara com um fato que não terá nenhuma influência positiva em sua vida, que não vai melhorar sua situação, mas, mesmo assim, você fica feliz porque essa coisa negativa ocorreu com outra pessoa.

Não há lógica envolvida. É um sentimento humano que vai aparecer na vida de todos nós mais cedo ou mais tarde. O problema, me parece, é quando a pessoa gosta de, constantemente alimentar-se desse tipo de sentimento. Ela começa a buscar revistas de fofoca, notícias sobre “barracos” entre pessoas ricas ou famosas, segue pessoas famosa nas redes sociais apenas para ver escândalos e, enfim, deixa de viver sua vida para alimentar-se das coisas ruins da vida dos outros.

Talvez, ao fazer isso, essa pessoa se sinta superior, mas acho que ela só está perdendo tempo e enganando-se. Então, quando o schadenfreude aparece, acho que o melhor que podemos fazer é não valorizar o sentimento, não dar importância a ele e seguir adiante. Gostaria apenas de poder identificar esse sentimento com uma palavra mais simples e de pronúncia mais fácil. Vamos concordar que schadenfreude precisa urgentemente de um equivalente direto em português!

Tenham todos uma ótima semana!

Arqueologia

Bom dia, pessoal.

Há muitos anos, ainda adolescente, eu tive que tomar a decisão que a sociedade achava que eu já tinha maturidade para tomar: precisei escolher uma profissão a seguir. Não sei porque acham que aos doze ou treze anos você tem a mais vaga ideia do que quer fazer pelo próximos quarenta anos. Entretanto, essa é a regra do jogo e eu precisava decidir.

A decisão, no meu caso, foi mais complicada porque eu não amava loucamente nenhuma profissão, mas gostava de muitas. Uma das opções que me atraíam e que acabou não sendo escolhida era a arqueologia. Ainda não existiam os filmes de Indiana Jones, ou talvez eu não tivesse resistido à tentação, mas o fato é que acabei seguindo outro caminho.

É totalmente inútil entrar em considerações do tipo “E se?”. Teria sido uma vida diferente, é certo, mas não cabe nenhuma conjectura de valor. O que é certo, porém, é que a profissional que eu me teria tornado estaria às voltas com poucos documentos e poucos dados. Todos os documentos estudados, porém, seriam vistos com o pressuposto da verdade conhecida na época e da honestidade ao declarar essa verdade.

Vamos imaginar agora um futuro arqueólogo que precise trabalhar com os acontecimentos de princípios do século XXI. Ele provavelmente não terá dificuldade em encontrar documentos, mas como saber se o que está escrito, ao ser decifrado, é a verdade conhecida ou uma verdade fabricada? Como entender a existência de documentos conflitantes entre si? Como compreender o conceito de fake news?

Claro que estou sendo otimista e partindo do princípio que, neste futuro, o mundo já terá resolvido muitas das questões éticas de hoje e que a sociedade seja pautada por valores bem diferentes e melhores que os atuais. Não sendo esse o caso, esse arqueólogo do futuro será parte de um sistema viciado e polarizado. Ele, provavelmente, seguirá um viés ideológico que o fará moldar a interpretação dos documentos encontrados segundo sua corrente de pensamento.

Enfim, se foi complicado para mim, tenho muita pena da criança do futuro que fique tentada por essa opção de carreira. Tenham todos uma ótima semana!

Palavras Cruzadas

Bom dia, pessoal.

Acredito que o hábito de fazer palavras cruzadas treina a mente a considerar normal o uso de um conhecimento (uma palavra) como ferramenta para a compreensão de outros, mesmo que esses outros sejam de natureza totalmente diversa.

Não estou citando nenhum estudo ou opinião de especialistas, mas apenas externando uma conclusão de minha própria experiência. Eu cresci fazendo palavras cruzadas, desde o bom e velho Picolé até aos níveis mais difíceis. Essas revistinhas eram as companheiras dos dias chuvosos e dos momentos em que realmente eu precisava passar o tempo! Quantas e quantas vezes eu deduzi uma palavra através das letras de outras. E é justamente isso que me ensinou a pensar nessa estratégia como uma ferramenta.

De forma análoga às palavras cruzadas, acho perfeitamente normal utilizar um conceito de matemática, por exemplo, para compreender algo de língua portuguesa. O mecanismo distributivo usado na matemática para compreender a expressão a(x+1) pode perfeitamente ser usado para compreender a construção aditiva “viajar a Paris e a Madri” de língua portuguesa. Simplesmente, não há necessidade de reinventar a roda.

Eu sempre achei que o hábito de fazer palavras cruzadas deveria ser estimulado pela escola, até como construção de conhecimento geral, já que, em uma mesma página, você tem questões de várias disciplinas e, ainda que as questões não sejam relacionadas a um conteúdo programático escolar, elas podem despertar a curiosidade e a vontade de pesquisar.

Claro que, não sendo educadora, deve haver vários aspectos que eu não estou considerando, mas não vejo como o incentivo à aquisição de conhecimento geral possa ser errado, ainda mais quando essa aquisição se dá de forma lúdica. É uma forma de descobrir que o ato de aprender pode ser uma grande diversão.

Desejo a todos uma ótima semana”

Zona de Conforto

Bom dia, pessoal.

Há tempos, a Disney produziu um filme que fez tanto sucesso que gerou duas continuações. Refiro-me a High School Musical, mas atenho-me somente ao primeiro episódio. Este filme mostra um tema que me é muito caro: por que devemos fazer apenas aquilo que fazemos sempre?

O termo “zona de conforto” tem sido usado em vários discursos e em inúmeros contextos para designar aquilo com que nos sentimos confortáveis e o que estamos seguros de dominar. O problema é que a zona de conforto elimina o desenvolvimento que novos desafios podem nos proporcionar.

Sair da zona de conforto implica correr riscos, mas também pode fazer com que a vida se torne mais rica. O enredo do filme mostra pessoas que decidem fazer outras atividades e como isso é visto pela sociedade, no caso, constituída pela família, pela escola e pelos amigos. Claro que a linguagem do filme é leve, para atender seu público alvo. Isso, porém não significa que a mensagem não seja importante. Aliás, separar a mensagem passada da linguagem usada é importante na interpretação de qualquer tipo de texto.

Eu me identifiquei muito com esse filme, porque já passei por dois momentos de busca de novos interesses enquanto ainda exercia a função de técnica em eletrônica. Primeiro quando cursei faculdade de Letras e depois ao aprender e praticar artesanato. Muitas pessoas realmente reagem com estranheza, como se fosse difícil acreditar que você possa ter outros interesses. Claro que, como minha vida não é um enredo de filme, a surpresa inicial não causou nenhum problema e as pessoas acabaram se acostumando com minhas “esquisitices”.

Então, nunca me arrependi de tentar novos caminhos e espero testar ainda muitos outros. Tenham todos uma ótima semana!