A Centésima Martelada

Olá, pessoal.

Uma vez eu li uma história que criou raízes em mim e que passo a compartilhar com vocês. A história aborda a relação mestre-discípulo de um ponto de vista diferente.

Havia um homem que caminhava pela estrada com o firme propósito de encontrar um mestre que o guiasse pela vida. Passando pela porta de uma casa, ele viu um escultor que olhava atentamente para um bloco de pedra. O escultor colocou o formão em uma determinada posição sobre a pedra, respirou fundo e aplicou uma forte martelada. Nisso, a pedra rachou e surgiu a escultura praticamente pronta.

O homem ficou maravilhado e pensou consigo mesmo que finalmente havia encontrado seu mestre. Ele entrou humildemente no terreno e implorou ao escultor que se tornasse o seu mestre. O escultor o olhou espantado e perguntou o porquê de tão estranho pedido.

O homem disse que jamais havia visto um feito como aquele, que deixara claro que o escultor tinha um poder fantástico e, por isso, o homem desejava que ele se tornasse o seu mestre. O escultor riu e disse que não, que o que o homem viu não o qualificava como mestre.

O homem ficou perplexo e insistiu que havia testemunhado um feito impressionante e de grande poder. O escultor negou de novo, dizendo que o que o homem testemunhou foi a centésima martelada, aquela que finalizou o serviço. Disse que o homem não estava presente para testemunhar as outras noventa e nove marteladas prévias, que aparentemente não surtiram qualquer efeito, mas que foram necessárias para preparar e tornar possível a centésima martelada.

Eu adoro essa história e sempre lembro dela quando alguma técnica não funciona ou quando não fico satisfeita com uma peça. Sempre penso que não deu certo porque ainda não era ainda a centésima martelada, mas é uma das etapas necessárias de preparação, e, da próxima vez, quem sabe? O que não se pode fazer é desistir!

É isso. Uma ótima semana a todos.

Scrapbook

Bom dia, pessoal.

Há alguns anos, eu fazia aulas de conversação em inglês com uma professora que, em um determinado dia, propôs um exercício baseado em uma palestra do TED. O exercício era: durante um mês, nós deveríamos nos dedicar a uma atividade que nunca havíamos praticado. Podia ser qualquer atividade: fotografar, pintar parede, ouvir música chinesa, qualquer coisa. O importante é que fosse realizada todos os dias pelo período de um mês. Na época, completamente do nada, surgiu em minha mente uma palavra: scrapbook. Eu não somente nunca havia praticado como sequer sabia o que era. Só tinha ouvido o nome algumas vezes e sabia que era uma atividade rotineira. Então, o primeiro passo foi pesquisar na Internet o que era scrapbook. Descobri que, basicamente, era um registro gráfico de momentos importantes, um livro de recordações. Descobri, também, que existe um mercado enorme voltado para produtos para scrapbook.

Ok, pensei, então o segundo passo é: vamos às compras! Aí, eu vi que esse mercado estava super inflacionado. Era tudo muito caro e, lembrem-se, eu só precisava praticar essa atividade por um mês!

Lendo sobre a história do scrapbook, vi que se considera que um dos primeiros a praticar essa atividade foi o então presidente dos Estados Unidos, Thomas Jefferson. Ele guardava papeis e recortes de jornais relacionados a sua administração, colando-os em um livro de recordações, em um scrapbook. Então, pensei, a ideia principal é registrar as recordações e, para isso, não preciso de álbuns específicos e complementos complexos ou caros. Resolvido: minha tarefa de um mês erá um scrapbook bem básico. Comprei um caderno de desenho e usei retalhos de papel, papeis coloridos por mim ou por minha mãe, formas de letras, matérias de jornal, fitas adesivas etc.

O mês passou, a tarefa foi cumprida e o problema é que eu não consegui parar! Adorei a ideia e fiquei apaixonada por essa atividade. Com o tempo, o foco mudou: ao invés de registro diário de notícias e eventos, passei a registrar atividades pessoais: festas, encontros, viagens, eventos etc. Aos poucos, os recortes do jornal foram sendo substituídos por fotos, elementos decorativos foram sendo usados, mas, até hoje, eu mantenho o meu bom e velho caderno de desenho (que já está no volume dois). Quando for para o terceiro volume, estou pensando em ideias alternativas para poder usar folhas de scrapbook. Elas são lindas, existem centenas de temas e podem ser usadas em decupagem. Nesse caso, o processo ganhou até nome próprio: scrapdecor.

É isso então. Estão todos apresentados a outra forma de arte e ficam todos convidados a praticar a arte do scrapbook. Uma ótima semana para vocês e até a próxima.

Livros de Colorir para Adultos

Bom dia, pessoal.

Nunca desenvolvi uma veia artística, nem sequer sabia que tinha uma. Na verdade, nunca pratiquei arte (eu odiava a matéria na escola). Há alguns anos, porém, me vi exercitando a arte de colorir, o que estava na moda com os “livros de colorir para adultos”. Gente, vocês não estão entendendo: naquele ano, comprei ou ganhei uns vinte livros diferentes! Eram centenas de desenhos para colorir! Comecei a brincar com as cores, primeiro com lápis de cor e depois com canetinhas e, quando me dei conta, havia sido fisgada por essa atividade, que me dava momentos de distração e relaxamento. Até hoje, colorir é um hobby, mas, atualmente, é difícil encontrar esses livros no mercado, o que é uma pena, porque é realmente uma atividade relaxante. Aliado à arte do scrapbook, que abordarei em outro post, essa atividade foi minha porta de entrada para o mundo do artesanato; o prazer de fazer com as próprias mãos, de transformar matéria bruta em um produto com identidade própria é realmente um processo fascinante (Sr. Spock que me perdoe o uso do adjetivo).

Depois que comecei a trabalhar com decupagem, procuro usar esses desenhos (tenho centenas deles) na criação de peças artesanais, criando, assim, produtos totalmente únicos. Vocês podem ver exemplos destes trabalhos aí na figura de chamada desse post. Enfim, além de uma atividade anti-estresse, a arte de colorir me levou a outros patamares e isso faz com que eu seja muito grata a essa atividade. Ela surgiu no momento exato!

Hoje, não pinto esses desenhos com muita frequência, mas, quando passo em uma livraria ou em uma banca de jornal, sempre estico o olho a procura desse tipo de livro, que me proporcionou tantos momentos de relaxamento.

Em uma próxima oportunidade, falarei em como colorir esses desenhos também se tornou uma atividade importante para minha mãe, então com 85 anos. Até hoje ela pratica e seus desenhos são muito bacanas.

Uma ótima semana para vocês e até a próxima.

Defeitos

Bom dia, pessoal.

Esqueci de citar uma característica na minha apresentação: sou perfeccionista, com tudo o que isso traz de bom e de mau. Não tem jeito, sou assim e não tem como mudar. Baseado nessa premissa, minhas peças têm que ser absolutamente perfeitas!

Essa era a teoria, mas, muito cedo, a prática do artesanato mostrou que uma nova teoria se fazia necessária. Peças perfeitas e artesanato, geralmente, não combinam. O processo artesanal faz com que cada peça tenha uma identidade própria; não existem duas peças iguais. Durante a confecção de um projeto artesanal, milhares de coisas podem dar errado, e acreditem, elas dão!

Então, como uma perfeccionista pode sobreviver no artesanato? Simples: ela tem que mudar ou, pelo menos, se adaptar, ser criativa e tolerante. Esse foi um processo difícil para mim e, até hoje, desafiador. Pode-se dizer que o artesanato é minha terapia de tolerância para com meus próprios erros.

Lembro de uma das primeiras lições que tive nas aulas presenciais de decupagem: não existe defeito, existe efeito! Como foi difícil entender e praticar tal conceito!

Cada vez que eu errava, minha inclinação era a de jogar a peça fora e começar tudo de novo. Só que, se você faz isso no artesanato, ou fica pobre ou fica anos trabalhando na mesma peça.

O exercício, então, é transformar o erro em um efeito, de forma que o trabalho continue. E é espantoso como, ao final, ninguém, a não ser você, sabe onde o tal erro está. A prática me mostra que é muito raro uma peça ser inutilizada no decorrer do projeto artesanal.

Esse meu lado intolerante com erros precisava mesmo ser trabalhado e, através do artesanato, estou dando alguns passos importantes. E claro, podemos fazer analogias entre esses erros artesanais e os erros que nós e os outros cometemos. Assim, o artesanato passa a ser, também, uma terapia para desenvolver a tolerância com todas as pessoas.

As peças de chamada deste post são exemplos de defeitos que viraram efeitos. Onde estão os erros? Só eu sei. É o meu segredo e não conto para ninguém!!!

Uma ótima semana a todos !

Reutilizar

Olá, pessoal.

Alguém aí já parou para pensar na quantidade de lixo e rejeitos que estamos deixando para trás? Muita gente sequer tem consciência disso. Outros dizem que a solução vai aparecer quando o problema for grande o suficiente. Outros ainda colocam a culpa nos governos, porque não têm um programa eficiente de reciclagem. O que todas essas pessoas têm em comum é a tendência de achar que tanto o erro como a solução é de outro.

Ok, materiais 100% recicláveis podem até ser a solução do futuro, mas hoje, isso não existe. Hoje, em nossas casas, não podemos, por exemplo, reciclar vidro. Tão pouco há uma instituição à mão que faça isso por nós. Mas, se não podemos reciclar o vidro, podemos dar a ele um outo destino, que não seja o da lata do lixo.

Olha o artesanato aí, gente!!

Uma historinha para ilustrar o assunto: uma vez, recebi uma bomboniere de vidro cheia de trufas de chocolate como presente de Natal. Após comer todas as trufas, fiquei com o vidro, bonito, transparente, mas inútil naquele momento. O que fazer? Jogar fora? Guardar no fundo do armário para uma improvável necessidade futura?

Tive uma ideia melhor: a pessoa que me deu esse presente faz aniversário em abril. Vocês já entenderam, né? Por que não dar um trato de decupagem naquela bomboniere e transformá-la em um presente de aniversário?

O resultado desta transformação está ilustrada na chamada deste post. Decupagem simples com guardanapo e efeito craquelê. Presente feito e vidro salvo do lixo.

Nesse caso, a função do pote foi preservada, mas muitos objetos podem ser reutilizados de outras formas. Só temos que usar a imaginação e ver, em objetos que seriam descartados, uma nova identidade. É a boa e velha atividade de transformar lixo em luxo. Os oceanos e a natureza agradecem”

É isso. Uma ótima semana a todos e até a próxima!

Transformação

Olá, pessoal!

O artesanato não é apenas a arte de criar. É, também, a arte de transformar. Para mim, esse é um dos desafios mais prazerosos desta atividade: revitalizar uma peça que está quebrada, usada, suja, etc. Uma peça cujo destino seria o descarte e o lixo, aumentando ainda mais a poluição do nosso já tão poluído meio-ambiente. Renovar uma peça pode significar renovar todo o ambiente a seu redor. E, se for uma peça de valor sentimental, significa resgatar essa carga emocional. Eu divido essa atividade em duas categorias principais: reuso de objetos descartáveis e revitalização de objetos existentes, mas já deteriorados.

Um ótimo exemplo da primeira categoria são os objetos que chegam até nós já como produtos a serem descartados, como, por exemplo, as embalagens. Como, de forma geral, embalagens são feitas de papelão, uma técnica que gosto de utilizar nesse caso é o scrapdecor. Os exemplos abaixo são, originalmente, caixas de sapatos que foram trabalhadas com essa técnica.

Reutilizando objetos

A segunda categoria abrange objetos que temos em casa e que não estão mais em condição de uso. Muitas vezes, não temos coragem de jogar esses objetos fora, porque eles têm um valor sentimental para nós. Por isso, preferimos escondê-los em gavetas ou no fundo do armário. O problema é que, assim, nós os tiramos de nossa vista, e seu valor sentimental acaba sendo escondido também. A decupagem é uma ótima técnica de resgate deste tipo de objetos. Foi o que aconteceu nos casos ilustrados abaixo:

Recuperando objetos

As caixas acima foram salvas do lixo com decupagem de guardanapo e o uso de pintura com stencil. Essas e outras técnicas transformam o que, hoje, chamamos de lixo, mas que, amanhã, pode alegrar a vista e restaurar boas memórias.

Resumindo, o artesanato é a arte de criar, sim, mas, não necessariamente, do zero. Podemos criar ou recriar um objeto. Só depende de nossa imaginação.

Uma ótima semana a todos!

A primeira peça

Bom dia pessoal!

Quando decidi fazer decupagem, optei por um curso presencial em uma loja de artesanato. Minha primeira aula foi uma peça simples, onde seria feito um trabalho de decupagem com guardanapo.

Escolhi uma caixinha de chá pequena, sem divisórias. A tampa tinha um recorte a laser, o que viria a apresentar um desafio. O professor da loja, entretanto, disse que, como eu havia gostado da peça, deveria ir em frente.

Peça e guardanapo escolhidos, comecei meu primeiro trabalho com guardanapo: lixei e passei base e tinta branca, já que essa é a cor preferencial de fundo quando se trabalha com guardanapos.

Antes de continuar, devo esclarecer como era realizada a aula. Éramos cerca de seis alunos que nos sentávamos ao redor de uma grande mesa de trabalho. O professor circulava por esta mesa, dando atenção a cada um dos alunos, os quais realizavam trabalhos diferentes.

Voltando à narrativa, pintada a caixa de branco, o professor me disse que passaríamos à etapa de colagem do guardanapo. O primeiro passo era, então, tirar duas das camadas do guardanapo para trabalhar apenas com a camada do desenho. Aí eu congelei e fiquei olhando para ele à espera da pegadinha.

Como assim? Eu tenho apenas um guardanapo!

Sim, mas toda folha de guardanapo é constituída por três folhas de papel sobrepostas. Duas dessas folhas são brancas e a outra tem o desenho.

Eu devia estar com uma cara muito estranha, porque ele riu, pegou meu guardanapo e separou suas três camadas. Era verdade! Havia três camadas de papel lá! Foi minha primeira crise de riso no mundo da decupagem,

Feito isso, ele me disse para passar cola de decupagem na caixa, de forma a fixar a camada do guardanapo que tinha o desenho escolhido. Enquanto eu passava a cola, ele foi dar atenção a outros alunos.

Quando terminei de passar cola, eu o chamei com a satisfação de ter alcançado o momento nobre da decupagem. O professor chegou, olhou por alguns momentos e travamos, mais ou menos, o seguinte diálogo:

Você passou cola nos quatro lados da caixa?

Sim. Não foi o que você disse para fazer?

Era para passar cola em apenas um dos lados da caixa! Como vamos fazer para firmar a caixa e fixar o guardanapo?

Como vou saber? Você disse para passar cola, então eu passei!

Esse fo meu primeiro momento de desespero no mundo da decupagem. Minha primeira peça com guardanapo e eu a havia estragado!

Bom, claro que o professor assumiu e deu um jeito na situação. O guardanapo ficou sem uma continuidade perfeita, mas acabei a aula com uma caixinha de chá que me acompanha até hoje! Cada vez que que olho para ela, lembro que sempre há algo novo para aprender e que as coisas óbvias só o são depois que você passa pela vivência da prática.

É isso, então. Uma ótima semana a todos!

Decupagem

Bom dia, pessoal.

Percebo agora que estou sendo muito vaga quando falo de artesanato. Essa é uma atividade muito ampla e preciso especificar melhor o tipo de artesanato a que me dedico: decupagem.

Decupagem, basicamente, é a arte de decorar peças de madeira, vidro ou plástico com recortes de papel. Um dos tipos de papel mais utilizados para decupagem é o guardanapo. Sim, guardanapo! Existem modelos e desenho lindos e diferentes.

Recordo uma situação engraçada a respeito de guardanapos. Fui à festa de 80 anos de uma pessoa muito querida. Chegando lá, me deparo com uma decoração caprichada e de muito bom gosto. As mesas estavam simples, mas elegantemente decoradas e, como que olhando para mim, no local que me foi indicado, estava um guardanapo decorado de arabescos, com direito a um anel de arranjo. A função deste guardanapo era claríssima: havia sido posto lá para que eu pudesse limpar a boca, uma função totalmente utilitária, mas, para mim, totalmente inexequível. Usar um lindo guardanapo para limpar a boca? Nunca! Isso é um crime!

Fui logo avisando que limparia a boca com um guardanapo branco, um papel toalha, um lenço de papel, qualquer coisa, mas o meu guardanapo decorado iria direto para a bolsa, incólume! Ele merecia uso mais nobre e o teria.

Como ainda não havia providenciado o presente da aniversariante, decidi, ali mesmo, que o presente seria uma caixa trabalhada por mim e que eu usaria o guardanapo da festa na decupagem de sua tampa, com o anel de arranjo e tudo! Assim o fiz! Entreguei o presente alguns dias depois e ainda fiquei com uma folha para usar em algum trabalho posterior.

Dá um prazer enorme fazer e presentear objetos, porque eles são feitos pensando na pessoa e são totalmente identificados com ela. Esse, então, tem toda uma história e vai sempre remeter àquela festa tão legal.

Uma ótima semana para todos!

Apresentação (atualizado em Março/2021)

Bom dia, pessoal.

Começo hoje um blog de artesanato. Quem diria! Mas, porque eu digo isso, se hoje em dia é tão comum ter um blog na Internet? Bom, para explicar, eu tenho que me apresentar.

Meu nome é Fatima. Nasci e moro no Rio de Janeiro, Brasil, e quem me conhece se pergunta como vim parar em um blog de artesanato? Minha formação acadêmica já é uma confusão: segundo grau técnico em eletrônica, ensino superior em letras (português/espanhol) e gosto literário eclético, mas com ênfase em ficção científica, romances históricos e fantasia. Ah, sim … pretensão de ainda fazer uma faculdade de história, matéria que adoro! Como eu disse, quem me conhece se pergunta o que estou fazendo em um blog de artesanato?

Para encurtar uma história comprida, eu estava estressada. Não é fácil viver em uma cidade grande, principalmente no Rio de Janeiro. Muita correria, violência, ansiedade, etc. E foi aí que o artesanato entrou na minha vida.

O artesanato não é algo pelo qual sempre fui apaixonada. Pelo contrário: odiava as aulas de artes quando criança e nunca dei importância a ele depois de adulta. Mas, nós realmente mudamos ao longo da vida e assim também nossos gostos e paixões. E, quando estamos prontos, se estamos atentos e receptivos, a oportunidade e o mestre realmente aparecem. Não sei como, mas, de repente, estava fazendo um curso de decupagem em uma loja de artesanato.

Depois de um tempo, essas aulas, porém, não eram mais o suficiente. Aconteciam uma ou duas vezes por mês (eu só podia fazê-las aos sábados) e isso se tornou muito pouco para mim. E foi aí que mais uma mestra apareceu, dessa vez na Internet. As aulas passaram a ser feitas sempre que eu podia.

Quando dei por mim, estava totalmente envolvida nesse mundo e pensando em um futuro onde o artesanato preenchesse boa parte do meu tempo. Para preparar esse caminho, resolvi criar uma marca, uma identidade para os produtos confeccionados por mim. Essa marca precisava de um nome com o qual eu me identificasse, mas qual?

Nomes são um resumo de uma história. Eles definem uma pessoa, um objeto, um lugar etc. Pensando nessa história e em meus diversos interesses, o nome que eu queria para minha marca surgiu quase que de forma explosiva: Caminhos do Artesanato;

Sua inspiração é literária; um poema do qual eu sempre gostei, mas com o qual, há dois ou três anos, quando comecei a praticar o artesanato, eu me identifiquei de vez. Era o que eu precisava naquele momento da vida: um novo caminho. Algo que me tirasse da rota de colisão com o estresse e me levasse a entrar em contato com novas pessoas e com ideias e objetivos diferentes. Mas, afinal, qual foi a inspiração do nome ?

Caminante, son tus huellas 
El camino y nada más;
Caminante, no hay camino,
Se hace camino al andar.

Al andar se hace el camino
Y al volver la vista atrás
Se ve la senda que nunca
Se ha de volver a pisar.

Caminante no hay camino
Sino estelas en la mar.

Estes versos são de um poema de Antonio Machado, poeta espanhol que viveu entre 1875 e 1939. Esta, para mim, é a mais linda definição de um caminho. Ele pode até não existir, mas é criado a partir do momento em que é trilhado.

Há uns dois ou três anos, eu precisava seguir um novo caminho, e, por desejar e começar a andar, Caminhos do Artesanato se tornou real.

Esse foi o começo da marca. O blog é uma consequência natural. Espero compartilhar aqui história e experiências com vocês. Espero também inspirar às pessoas a trilharem novos caminhos e descobrir novas oportunidades de transformar suas vidas.

Senti a necessidade de fazer a atualização deste texto em Março de 2021, porque, por conta da pandemia de COVID-19, estou há um ano no máximo isolamento possível. Isso interferiu demais com a produção do meu artesanato e com os textos publicados no blog.

Como a produção caiu bastante, passei a publicar textos sobre outros temas. Para manter a mente saudável, é importante mantê-la ativa e, desta forma, literatura, filmes e comentários sobre temas gerais passaram a dividir espaço com o artesanato. Não sei quando esse isolamento irá acabar, mas, assim como o artesanato, nosso dia-a-dia precisa de muita criatividade. Precisamos explorar novos caminhos e novos interesses e, como não dizia Fernando Pessoa: Escrever é preciso!

Este blog, a princípio será semanal, então, uma ótima semana para vocês e até a próxima!