Encomendas

Bom dia, pessoal. Hoje, vou dar uma dica que tem funcionado para mim.

Existem dois tipos básicos de situações no artesanato. Você pode fazer uma peça da sua cabeça e tentar vendê-la ou alguém pode encomendar uma peça. Entre essas duas situações, eu, como pequena artesã, prefiro a segunda. Dentre várias razões, posso citar: saída certa, uso de cores e temas de acordo com o gosto de cliente etc.

Entretanto, fazer uma peça encomendada tem seus problemas. Geralmente, começo fazendo uma entrevista informal com o cliente para ter uma ideia de seus gostos em relação a tons de cores: que tons ele gosta e, principalmente, se há um tom que ele odeie. Já fiz caixas que as pessoas gostaram muito, mas que não comprariam porque não gostavam da cor usada! Além disso, gosto de perguntar de que tipo de tema o cliente gosta: flores, animais, natureza etc.

Depois dessa etapa inicial, porém, não há mais interação. O cliente verá a peça concluída, mas não as etapas intermediárias. Isso é muito importante para que a criação da peça ocorra sem interrupções. Dessa forma, trabalhar sob encomenda não tira a minha liberdade de criar. Só me dá um norte para guiar a produção.

Não é sempre, porém, que há encomendas para atender, e esses intervalos são ótimos para criarmos peças utilizando e treinando novas técnicas e novos produtos. Essas peças não encomendadas podem ser oferecidas nas minhas redes sociais ou podem ser usadas para presentear amigos. De qualquer forma, o importante é estar sempre produzindo.

Assim como em várias outras atividades, o treino e a prática são importantes. Acho interessante fazer peças pequenas e rápidas utilizando técnicas diferentes (carimbo, stencil, emboss, textura, resina etc.) em cada uma delas. Depois, se for necessário misturar técnicas para fazer um projeto encomendado ou simplesmente porque queremos fazer uma peça maior, nós o faremos com mais segurança.

É isso. Espero ter dado uma boa dica. Ótima semana para todos!

Natal é Comércio ?

Bom dia a todos!

O Natal está chegando e tenho visto várias mensagens nas redes sociais incentivando as pessoas a darem preferência à compra de produtos artesanais ou do comércio local.

Como artesã, não tenho nada contra a ideia, muito pelo contrário. Entretanto, essas mensagens me fazem pensar no consumismo que toma conta das pessoas nessa época do ano.

Essas datas comemorativas existem por causa de uma mensagem, para valorizá-la e divulgá-la, mas o consumismo tira o foco da mensagem e isso acaba fazendo com que a data perca sua importância inicial.

Não se trata de moralismo ou de negar o papel do comércio no desenvolvimento humano. O comércio tem sido uma ferramenta fundamental ao longo da história. O comércio de alimentos, por exemplo, permitiu o aumento da população e sua maior longevidade. Não nego nada disso e nem acho que consumir seja errado. Só acho que as pessoas não devem deixar que o consumo de produtos tire o foco do significado de uma data.

O Natal vem aí e é uma época em que as pessoas têm o hábito de trocar presentes, mas essa data marca, principalmente, uma época de estreitar laços e relacionamentos, não só na família como também entre amigos e colegas. Em uma época tão polarizada como a que vivemos, esse Natal poderia ser uma oportunidade para reatar amizades desfeitas pelo radicalismo. Vamos aproveitar a data para conversar mais, visitar mais, confraternizar mais.

Claro, se for presentear, presenteie com produtos artesanais ou dê preferência ao comércio local, mas lembre-se de que o essencial não é o presente, mas a mensagem. E a mensagem de Natal é uma mensagem de paz, fraternidade e tolerância.

Uma ótima semana a todos!

Tolerância

Bom dia a todos!

No dia 16 de novembro, comemorou-se o dia internacional da tolerância. De forma geral, considera-se que praticar tolerância é conviver e aceitar todas as pessoas, mesmo quando isso vai contra nossas convicções e conceitos. A meu ver, essa definição é impraticável para a grande maioria dos seres humanos e, portanto, uma meta inatingível.

Acho que é mais simples e factível definir tolerância como a prática de reconhecer que a nossa forma de viver não pode ser imposta aos outros. É aceitar o fato de que não podemos transformar o diferente em um igual. Podemos ter opiniões diferentes, mas ser tolerante significa saber que essa diferença não significa necessariamente que a minha opinião é a correta. Isso significa que não devemos ter opiniões e valores? Não. Significa apenas reconhecer que nossas opiniões e valores não podem ser impostos como um padrão de correção.

Eu, muito provavelmente, não conseguiria conviver com pessoas que acredito não serem ou agirem de acordo com meus valores, mas admito que essas pessoas existem e que têm o direito de existir. As leis escritas e registradas existem para criar uma média de comportamento social aceitável para todos. Elas podem ser fiscalizadas e as pessoas podem ser punidas quando não as cumprem mas, a convivência entre vários grupos diferentes é ditada por um padrão de tolerância individual, não escrito e nem um pouco uniforme. E é aí que se encontra o maior problema quando falamos em convívio social.

Indo um pouco mais longe e deixando as tarefa ainda mais difícil, praticar tolerância é saber que eu mesma não sou como gostaria de ser. Eu cometo erros, sou injusta, muitas vezes estou errada. Aceitar isso não é fácil mas, é importantíssimo para que eu seja uma pessoa mais tolerante e possa conviver em uma sociedade multifacetada. Não há donos da verdade ou da virtude. Todos têm seus defeitos e seus problemas. Então, ser tolerante começa por perceber que eu sou parte desse “todos”, e não um ser especial.

Por hoje é isso. Ótima semana a todos !

Globalização

Bom dia a todos!

“Quando foi que a globalização nos dividiu ?”

Ouvi essa pergunta em uma palestra sobre segurança da informação, e ela me fez pensar em uma questão muito interessante. No início do processo de globalização, dizia-se que, com ela, o mundo seria uma grande aldeia, o que, de alguma forma, evocava uma ideia de união planetária. O que o futuro mostrou, porém, é que o mundo se transformou em um grande campo de batalha de dois exércitos opostos: o bem x o mal, o eles x o nós, a esquerda x a direita ou, de forma bem bairrista: o fla x o flu.

Todas essas “batalhas” mostram que o mundo ficou totalmente polarizado, que as pessoas só conseguem ver dois lados e que a escolha de um implica, necessariamente, na condenação e na estigmatização do outro. Pior, as pessoas não conseguem mais conversar com quem não pense exatamente como elas. Não sei como isso começou, mas tenho medo de como vai acabar.

Tem uma resposta de Einstein, quando perguntado que armas seriam utilizadas na terceira guerra mundial, que pode muito bem ser adaptada para o mundo de hoje: “Não sei, mas a quarta será lutada com pedras “. Para mim, essa frase significa que haverá um imenso retrocesso depois que a estupidez humana atingir seu auge! Após esse retrocesso, quando, para continuar na analogia bairrista, um torcedor do flamengo e um torcedor do fluminense perceberem que precisam da ajuda um do outro para sobreviver, vão descobrir que, afinal, o futebol não era tão importante, e o que os une é muito mais importante do que os separa.

Mas, será que essa polarização foi provocada pela globalização? Não sei dizer, mas a propagação desse comportamento radical mundo afora, certamente, foi muito facilitada pela integração global. Tudo passou a ser compartilhado e rapidamente difundido: as virtudes e os vícios. Hoje, eu consigo, de maneira bem fácil, assistir a uma aula de uma artesã da Espanha ou da Índia, o que é absolutamente fantástico. Por outro lado, também é bem fácil propagar as já famosas fake news, os ódios e a intolerância.

Como a tendência da natureza é sempre buscar um estado de equilíbrio, ainda tenho esperança de que, no futuro, as coisas melhorem e o radicalismo perca força. Mas, sinceramente, não acho que este futuro esteja muito próximo. Assim como o beija-flor da história do incêndio na floresta, o que eu posso fazer é tão somente a minha parte, que tem sido não propagar nada radical, seja de que lado for, além de simplesmente ignorar correntes. Pode não ser muito para melhorar a situação do mundo, mas é muito bom para minha paz de espírito.

É isso então. Uma ótima semana para todos!

Organização

Bom dia a todos!

Mais uma sala de espera, mais um blog! Hoje, vou voltar ao artesanato e falar sobre a necessidade da organização em um ateliê, principalmente quando estamos falando de espaços pequenos. Manter os produtos identificados e agrupados é fundamental para agilizar o trabalho, mas, também, para evitar desperdícios.

Como, por natureza, eu sou uma pessoa organizada, não tenho muita dificuldade em realizar essa tarefa, mas, mesmo assim, por vezes, perco o controle do que tenho e, um par de vezes, já comprei tinta sem necessidade. Outra dificuldade que eu tinha era saber o valor de cada tinta. No começo, fiz planilhas eletrônicas para controlar o preço das coisas, mas descobri rapidamente que isso não é nada prático. Então, passei para um sistema mais simples: quando compro um pote de tinta, eu o peso e coloco uma etiqueta com o peso e o valor. Depois, é só fazer uma regra de três para saber o valor da porção de tinta que eu usei. Simples assim.

Esses e outros macetes vão formando o sistema de organização da pessoa. Não há regras e nem certo e errado. Cada um tem que ver qual é a melhor solução para si. O importante é formar um sistema de organização que aumente a produtividade, facilite o trabalho e diminua o desperdício.

Como eu disse, para mim, criar sistemas de organização é algo de que gosto muito, mas sei que, para alguns, isso é uma tortura! Esse fato acabou criando um nicho de mercado e, hoje em dia, existem profissionais, os personal organizers, que fazem esse tipo de trabalho; criam sistemas de organização para as pessoas, não só em ateliês, mas em todos os outros ambientes: casa, empresas, mudanças de endereço etc.

Eu cheguei a pensar em seguir esse caminho, mas não daria certo. Eu gosto de criar esses sistemas para mim, mas não me vejo criando-os para outras pessoas.

Então, fica a dica: organização agiliza o trabalho, aumenta a produtividade e pode poupar muito dinheiro. Uma ótima semana para todos!

Mundo violento

Bom dia, pessoal!

É muito comum ouvir que o mundo está muito violento, mas, coitado, o mundo não tem feito nada de violento. Na verdade, ele é que é a vítima dessa violência toda. Acho que dizer que o mundo está violento é parte da nossa tendência de não assumir responsabilidades por nossos problemas, de não reconhecer que somos parte de suas causas. É sempre mais cômodo colocar a culpa no outro, ainda que esse outro seja um objeto inanimado.

Todos nós temos qualidades e defeitos, claro, mas acho que temos muito mais facilidade em reconhecer nossas qualidades do que assumir e trabalhar nossos defeitos. O cara que joga papel na rua vai elaborar as mais loucas teorias para justificar sua conduta. Por outro lado, esse mesmo cara vai imediatamente apontar o dedo para uma pessoa que não apanha a sujeira de seu cachorro durante um passeio e dizer que o problema do Brasil é o povo mal educado! Seria engraçado, se não fosse triste.

Com a violência, acontece o mesmo. Todos conseguimos apontar a violência da sociedade, mas não conseguimos ou não estamos dispostos a reconhecer a violência em nós mesmos e a compreender que nós, todos juntos, formamos a tal sociedade violenta. Enquanto isso não acontecer, enquanto não nos reconhecermos violentos e não estivermos dispostos a refletir e trabalhar essa violência, não vejo como mudar e evoluir.

Sempre lembro de um episódio de ST:TOS (Star Trek: série original). Nesse episódio, o capitão Kirk fala sobre a natureza violenta do homem, mas diz a seu interlocutor que, apesar de ser reconhecer violento, o ser humano era capaz de dizer a si mesmo que, hoje, não praticará violência. Não negando sua natureza, o homem era capaz de controlá-la. Essa é uma obra de ficção futurista, mas que aborda um tema muito real, tanto no passado como nos dias de hoje.

Então, vamos combinar, não é o mundo que é violento, somos nós. Entretanto. se estivermos dispostos a reconhecer nossa parte nessa violência, podemos dizer a nós mesmos que, hoje, seremos diferentes, que, hoje, agiremos de forma diferente, que, hoje, não seremos violentos. E, se esse “hoje” se propagar no tempo, então poderemos viver em um “mundo não violento”.

Sempre lembrando, claro, que a violência não é apenas a agressão física. O derramamento de petróleo que atinge as praias do Nordeste do Brasil, se causado por negligência, é uma violência, estacionar em vaga de deficiente é uma violência, aproveitar-se de um desastre natural ou de um acidente para saquear e lucrar é uma violência, e por aí vai.

Uma ótima semana para todos!

Felicidade 24horas ?

Bom dia a todos!

Há uns dias atrás, li uma interessante reportagem sobre uma das maiores causas atuais de infelicidade do indivíduo: a busca da felicidade perene! Segundo a matéria, a pessoa, em nossa sociedade atual, se cobra e é cobrada para estar feliz o tempo todo. Não há espaço para sentimentos negativos. É como se os estados de tristeza, abatimento, preocupação etc. fossem um defeito a ser escondido e nunca demonstrado. Até parece que há uma regra que diz as fotos colocadas nas mídias sociais devem sempre mostrar a pessoa feliz e sorridente.

Como disse, achei a reportagem muito interessante e ela mostrou pontos sobre os quais nunca tinha pensado. É claro que ninguém gosta de estar triste ou infeliz, mas pensar que a vida é feita apenas de bons momentos é irreal e, pior, é perigoso para quem se engana desse jeito. Quando o momento ruim inevitavelmente chegar, essa pessoa não estará preparada para enfrentá-lo e irá negá-lo ou ficar deprimida, sem saber como reagir.

Acredito que não devemos nos revoltar com os momentos ou as situações ruins, mas tentar sair dessas situações mais fortes, tendo aprendido com elas. Foi tentando lidar com um momento ruim que o artesanato entrou na minha vida. Então, aquela situação ruim acabou permitindo que eu encontrasse uma atividade que adoro praticar e que me traz momentos muito felizes..

Momentos ruins acontecem. Situações ruins acontecem. Negá-los não nos ajuda a ultrapassá-los. Nosso ideal de vida, claro, é ser feliz, mas o caminho para essa felicidade, geralmente, é sinuoso e, ocasionalmente, sombrio. Para trilhar esse caminho, precisamos seguir sempre em frente e procurar nos aproximar de coisas e de pessoas que nos façam bem.

Bem, esse não é um blog de auto-ajuda, mas queria compartilhar esse tema, que me pareceu tão interessante. Infelizmente, não guardei o link da reportagem, ou o colocaria aqui para vocês darem uma olhada.

Uma ótima semana para todos!

Interpretações

Um dos últimos projetos que executei cumpre perfeitamente um preceito básico da decupagem: as cores e feitos do desenho usado deve servir de inspiração para o restante da peça.

Daí que, nesta caixa, eu usei um papel que mostrava um regador com uma aparência bem usada, equivalente a uma pátina. Então, não tive dúvida em reproduzir este efeito no corpo da caixa. Assim fiz, e fiquei bastante satisfeita com o resultado. Mas eis que surge uma voz discordante: minha mãe olha e pergunta … você vai consertar a pintura estragada, né ? Minha cara foi ao chão !!

Respirei fundo e disse a mim mesma que isso é algo com que qualquer artesão terá que conviver. Seus projetos e interpretações não serão nunca compreendidos por todos da forma que você pensou. Não podemos ficar neuróticos tentando agradar a todos!

A primeira pessoa que tem que ficar satisfeita com seu trabalho é você mesma. Isso, a meu ver, depende do desenvolvimento de uma característica que tem andado sumida em nosso mundo atual: a autoestima.

Autoestima nunca foi sinônimo de egoísmo ou narcisismo, mas é tão somente um sentimento de respeito a sua própria pessoa. É perceber que você até pode gostar ou se identificar com um grupo, mas que você é um indivíduo de gosto e opinião próprias. Se você não respeita e valoriza a si mesma, não espere que os outros o façam.

Então, no artesanato, além de gostar da atividade, o artesão tem que respeitar o seu esforço, confiar no seu gosto e ficar feliz com o resultado. Críticas são importantes e devem ser analisadas, claro, mas, procure, acima de tudo, ficar satisfeita com seu trabalho. Dito isso, minha mãe que me perdoe, mas, não, como vocês podem ver na figura de chamada deste post, não “consertei a pintura estragada”!

Uma ótima semana a todos!

Aproveitando o tempo

Bom dia, pessoal !

Apesar de eu geralmente desejar um bom dia, na verdade, são 5 horas da tarde e eu estou aqui, na clínica onde faço pilates, aguardando o horário da minha aula. Acreditem, este blog é escrito em locais e horários inusitados!

Isso não é nenhum tipo de lamentação, até porque descobri que é uma forma fantástica de utilizar bem o tempo, ainda mais na época em que vivemos, em que todas as conversas tendem a ser superficiais e sobre assuntos que penso não ter muita relevância.

Às vezes, tenho a sensação de que as pessoas iniciam uma conversa apenas para emitir sons e evitar o silêncio. Muitas vezes, elas querem falar, mesmo que não digam nada. Não é que eu ache que todas as conversas tenham que ser densas, pelo contrário! Adoro conversar sobre filmes, esportes, música, jornada nas estrelas, desenhos antigos, etc. Só acho que as conversas não podem ser apenas sobre isso e que o silêncio deve ser valorizado e aproveitado.

Um grande exemplo de conversas que não me interessam são aquelas sobre reality shows. Eu simplesmente não consigo me interessar no assunto e prefiro sair de perto ou usar o tempo lendo, escrevendo ou simplesmente pensando. No caso deste tipo de programa, em particular, acho que o nome reality pode ter relação com qualquer coisa, menos com a realidade!

Então, eu tenho usado esses momentos, digamos, vagos, para realizar minhas atividades e isso me deixa muito mais feliz. Talvez seja por esse meu jeito que eu busquei o artesanato, uma atividade que, para mim, requer atenção, concentração e silêncio (ou música instrumental). Pela mesma razão tenho conseguido manter o ritmo deste blog e pretendo, em breve, passar para duas publicações por semana.

Respeito quem gosta desses e de outros programas. Eles certamente têm suas razões e são felizes com suas opções, mas prefiro me dedicar a outras coisas. A vida é feita de escolhas e a gerência de nosso tempo também. Assim como não existe erro no artesanato, não existe a forma certa ou errada de gerenciar nosso tempo. Nos dois casos, porém, temos que lidar com as consequências.

Minha opção é usar esses tempinhos que aparecem na espera pelo pilates, pelo médico, pelo dentista, e outros, para escrever o blog, pensar em um projeto de decupagem, ler um livro, etc. Cada um deve fazer suas opções e respeitar a opção do outro.

É isso, mais um post escrito ! Agora é trabalhar no pilates, porque já está quase na hora da aula. Uma ótima semana a todos!

Amigos

Bom dia, pessoal!

Há um tempo atrás,eu escrevi sobre o risco de o artesanato se tornar uma atividade que nos afasta das pessoas, de forma geral, e dos amigos, em particular. Isso pode acontecer por tratar-se de uma atividade que nos envolve e absorve muito. Lembro, também, que já dava permissão aos amigos para me avisar caso isso acontecesse comigo. E não é que aconteceu?

O artesanato é uma forma incrível de trabalhar e diminuir o meu estresse, mas não acredito que seja necessário me isolar do mundo para praticá-lo. Nos últimos tempos, tenho mesmo me dedicado muito a essa atividade e, também por conta de outros problemas, acabei não dando atenção aos amigos. Bem, foi justamente uma amiga que me fez perceber isso e, portanto, vou tentar equilibrar melhor as coisas no futuro.

Nesse mundo de comunicação rápida, o contato e a comunicação com as pessoas não deveria ser uma tarefa difícil, mas acontece que é! Eu preferia um contato mais pessoal e direto, mas reconheço que, hoje em dia, isso não é possível. Ainda assim, quero me reaproximar dos amigos, mesmo que tenha que ser pelo envio de mensagens. Neste caso, porém, faço questão que as palavras sejam realmente minhas. Isso é um ponto muito importante para mim. Acho que a qualidade das mensagens diminui muito quando ela é feita através de figurinhas fofas (e muitas são fofas mesmo!) com um texto padrão e, de preferência, curto. Mesmo com erros de grafia, de gramática ou de regência, quero que as palavras escritas ou faladas sejam realmente minhas. Assim, mesmo não sendo possível estar em contato pessoalmente, vou sentir que dei plena atenção a pessoas que, reconheço, tenho negligenciado.

Sei que escrever tanto é meio démodê nos dias de hoje, mas eu valorizo demais a palavra escrita e não me sinto confortável em usar figuras, abreviações ou símbolos em seu lugar. Esse blog me mostrou que escrever é uma atividade muito intensa e significativa na medida em que precisamos refletir sobre o que estamos tentando dizer para conseguir expressar-nos de forma clara e coerente. Não dá para fazer isso com cópia, colagem ou encaminhamento, muito menos com uma limitação de número de caracteres.

Claro que existem outras e importantes formas de interação, mas no que diz respeito à palavra escrita, quero resgatar algo semelhante ao antigo hábito de escrever cartas, mas, claro, com ferramentas tecnológicas para facilitar: um editor de textos para escrever, e-mail ou zap para enviar, etc.

O motivo de eu achar que o hábito da escrita precisa ser resgatado é minha crença de que, ao utilizar minhas próprias palavras, consigo dar mais sinceridade e importância à mensagem transmitida e consigo desacelerar um pouco a vida maluca de hoje, já que é necessário tempo para pensar e escrever, assim como para ler e compreender. Nesse mundo acelerado em que vivemos, tendemos a fazer as coisas de forma rápida e superficial Entretanto, em minha opinião, o erro desta equação está no ritmo de vida de hoje, e não na necessidade de dedicar tempo à escrita.

Então é isso. Uma ótima semana a todos e um beijo especial para a Lúcia!