Razão & Instinto

   Bom dia, pessoal.

   Outro dia, estava pensando nesses dois tipos de comportamento; o racional e o instintivo. O instinto é um ato reflexo, comum a todos os animais, incluindo aí o ser humano. A razão, por sua vez é um ato de reflexão e vontade, ao que se sabe, restrito ao ser humano. O instinto é rápido, impensado. Por sua vez, a razão precisa de tempo e meditação.

   O coronavirus causador da COVID-19 é, por instinto, visto como um inimigo da humanidade e, portanto, ele mau e, sendo o vilão da história, deve ser combatido e dominado, de preferência até eliminado. Esse é, sem dúvida, o sentimento de todos nós.

   Entretanto, se deixamos o instinto de lado e usamos nosso lado racional, sabemos que, como sempre acontece na história, o vilão do ponto de vista de uns é o herói do ponto de vista de outros. Neste caso, pelas imagens gravadas por drones que mostram cenas atuais da natureza com a ausência de seres humanos, isolados em suas casas, o coronavirus parece ser o herói do planeta e de seu ecossistema. Por sua causa, o ar está menos poluído, as águas estão menos sujas e os rios estão mais limpos. O planeta, enfim, respira aliviado e se recupera dos danos causados pela humanidade.

   Acho que, por uma questão de sobrevivência, não há dúvida de que temos que controlar essa pandemia, mas isso não impede que aprendamos algumas lições. Por isso, não me agrada ver o vírus como um inimigo. Prefiro considerar essa doença como uma coisa a ser combatida, sim, mas também como uma lição a ser aprendida. Sei que não é realista, mas assim que surgir uma vacina ou assim que a quarentena ou isolamento for cancelado, gostaria de não ver milhões de pessoas indo às ruas e deixando toneladas de lixo espalhadas, desfazendo, em poucas horas, a limpeza provocada pelo isolamento social.

   De minha parte, ao passar essa crise (e espero que passe logo), eu vou tentar fortemente mudar meus hábitos, comportamentos e padrões de consumo. Não posso impor isso a ninguém, mas posso tentar ser mais consciente. Acho que, mais do que nunca, precisamos ser humildes e reconhecer o mau que estamos causando ao planeta. Nossa responsabilidade como seres humanos é não agir apenas através do instinto. É ver esse vírus não apenas como um inimigo a ser eliminado, mas também como um professor e aprender a principal lição desses dias: o planeta não precisa de nós e sim o contrário.

Então, tenham todos uma ótima semana e vamos pensar em cuidar melhor dessa nossa grande casa!

Criatividade

   Bom dia, pessoal.

   Esse período de pandemia, em que as pessoas estão em casa, isoladas fisicamente da sociedade e com mais tempo livre do que jamais tiveram, me faz lembrar das teses de alguns autores como Isaac Asimov e Domenico De Masi. Eles achavam que o aumento do uso de tecnologia nas atividades de trabalho, diminuiria a carga horária de trabalho das pessoas, fazendo com que elas tivessem mais tempo para desenvolver seus potenciais em outras áreas de interesse.

   Sabemos que, pelo menos por enquanto, não foi isso que aconteceu. Entretanto, se a tecnologia não cumpriu essa função, o coronavirus e o isolamento social parecem que estão provocando exatamente isso: as pessoas que podem cumprir o isolamento social têm mais tempo livre nas mãos do que nunca tiveram. Visto, porém, que essa situação foi abrupta e não houve tempo para adequações, acredito que a maioria dessas pessoas esteja perdida, sem saber o que fazer.

   Conforme passa o tempo, as instituições mundo afora, começam a tentar fazer com que as pessoas se ocupem mais e a principal ocupação encontrada está ligada às artes e ao artesanato. É verdade, a situação imaginada por diversos autores está sendo viabilizada por um vírus. Museus estão abrindo suas portas virtuais para visitação, corais estão sendo montados a partir da edição de performance individuais e novas e criativas formas de artesanato estão sendo praticadas.

   Claro que a existência desse vírus não é nenhuma boa notícia, mas quero chamar a atenção para o fato de que o ser humano precisa se ocupar para não ficar neurótico e a ocupação artística parece ser a que mais se presta ao papel de terapia ocupacional. Todo mundo tem um lado criativo aguardando para ser utilizado e esse uso pode se dar em qualquer atividade. Se é verdade que são as atividades artísticas que estão sendo usadas como elementos motivacionais, não é menos verdade que uma pessoa pode escolher redecorar sua casa, organizar espaços, cozinhar, limpar cômodos etc.

   Acredito que não existe trabalho criativo, mas criatividade ao se fazer um trabalho. Se você vai organizar uma gaveta e não pode sair para comprar produtos organizadores, por exemplo, você pode usar a criatividade para criar seus próprios produtos e seu próprio sistema. O exercício da criatividade é importante neste momento e deveria ser sempre. O ser humano tem a capacidade de criar qualquer coisa em qualquer lugar e não necessariamente essa criação precisa estar associada ao campo artístico.

   Dentre várias lições a serem tiradas deste período difícil, o exercício da criatividade deve ser uma das que devem ser levadas para depois da crise, para nossas vidas e para nosso futuro.

   Tenha uma ótima semana e tente pensar nas coisas que você gosta e sempre quis fazer. Talvez essa seja a oportunidade de começar.

Terapias

   Bom dia, pessoal.

   Não era essa a forma com que eu queria por a leitura em dia, mas o fato é que estou indo para meu quarto livro desde que começou esse afastamento social. Não estou dedicando à leitura muitas horas no dia, mas estou dedicando algum tempo todos os dias e isso faz muita diferença. Ler sempre foi um prazer enorme, mas agora é uma terapia para encarar o isolamento.

   Nesse momento, acho que precisamos muito buscar coisas que funcionem para nós como uma terapia. Não é fácil manter o isolamento e olha que isso é dito por alguém que nem é tão social assim. Sempre gostei de curtir meu canto e ficar longe de ambientes movimentados ou barulhentos. Porém, ser forçada a ficar isolada é um estresse, mesmo para mim.

   Estou aproveitando para cuidar da casa, organizando cômodos e armários. Por isso, no que se refere ao artesanato, estou dando preferência ao artesanato sustentável, voltado aqui para casa mesmo. Aproveitar potes, latas etc. dando vida e utilidade a objetos e criando produtos organizadores ou ornamentais. Essa é outra atividade que, para mim, acaba se transformando em terapia.

   A jardinagem seria também uma ótima terapia. O problema é que preciso me restringir a lavar vasos e podar plantas. Não dá para sair em busca de terra ou novas mudas. De qualquer modo, a limpreza de vasos e pratos ajuda também na questão dengue, que não acabou e que também deve ser motivo de preocupação.

   Esse isolamento exige muita paciência e muita perseverância de todos nós. As contas não deixaram de chegar, apesar de a renda ter diminuído. Consultas médicas estão sendo adiadas. Eu estou no meio de um tratamento dentário, cujo cronograma já foi todo alterado. Enfim, todos temos problemas e dificuldades, mas precisamos ajudar uns aos outros se quisermos sair dessa situação.

   Recebi de uma amiga uma história que ilustra muito bem esse momento:

   “Conta uma lenda que Deus convidou um homem para conhecer o céu e o inferno. Foram primeiro ao inferno. Ao abrirem uma porta, o homem viu uma sala em cujo centro havia um caldeirão de substanciosa sopa e à sua volta estavam sentadas pessoas famintas e desesperadas.

   Cada uma delas segurava uma colher, porém de cabo muito comprido, que lhes possibilitava alcançar o caldeirão, mas não permitia que colocassem a sopa na própria boca. O sofrimento era grande.

   Em seguida, Deus levou o homem para conhecer o céu. Entraram em uma sala idêntica à primeira: havia o mesmo caldeirão, as pessoas em volta e as colheres de cabo comprido. A diferença é que todos estavam saciados. Não havia fome, nem sofrimento.

   ‘Eu não compreendo’, disse o homem a Deus, ‘por que aqui as pessoas estão felizes enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual?’ Deus sorriu e respondeu:

   ‘Você não percebeu? É porque aqui eles aprenderam a dar comida uns aos outros.’”

  É isso. Uma ótima semana para todos.

Caminhos do artesanato

Bom dia, pessoal.

Escolhi o nome Caminhos do Artesanato como marca porque eu me identifiquei com a ideia de percorrer novos caminhos, encontrar novas maneiras de viver. Esse blog foi um dos caminhos encontrados. A ideia inicial era que o artesanato seria um tema dominante, mas ao longo do tempo ele foi se diversificando e eu o fui usando como uma forma de expressar minhas ideias e observações. Claro que, vez por outra, o artesanato aparece por aqui!

Hoje, por exemplo, quero falar sobre um aspecto importante da crise médica que nos atinge: a necessidade de isolamento social. Em primeiro lugar, acredito que esta medida é realmente necessária. Não dá para acreditar que o mundo inteiro se uniu para destruir a economia do Brasil, ainda que prejudicando as suas próprias. Isso é levar muito longe a teoria da conspiração. Também não acho que seja um daqueles casos em que toda unanimidade é burra, porque é uma medida lógica para evitar a disseminação do vírus. Seria como dizer de 2+2 = 4 é uma unanimidade e, portanto, é burrice.

Então, o isolamento ou distanciamento social é uma medida dura, mas necessária. Admitindo-se isso, a solução parece óbvia: fiquemos todos em casa. Porém o tempo de afastamento pode ser grande e o ser humano não sabe viver longos períodos isolado. Assim como todos vocês, eu estou exatamente nessa situação e, para evitar cair em um estado depressivo, tenho procurado criar muitas atividades, tanto físicas como mentais para ocupar o dia e usar bem o tempo, ao invés de simplesmente vê-lo passar. Acho que essa segunda opção é realmente um convite à depressão.

Tenho também aproveitado para refletir e escrever. Um dos temas que sempre aparecem é Valor, no sentido de valorizar o que é realmente importante, não só neste momento, mas no dia a dia. Acho que temos que levar essa questão para nossa vida pós-crise. Aqueles médicos que, hoje, são aplaudidos nas janelas continuarão a ser os mesmos quando essa crise passar. Aquele jogador de futebol ou aquele artista de TV que hoje estão em quarentena não estão me fazendo falta neste momento. Não é que jogos, novelas, programas e outros tenham que ser desprezados. Tudo tem sua importância. Entretanto, acho que temos que dar mais valor ao que realmente faz diferença em nossa vida.

Outro aspecto desta crise são algumas das medidas de emergência que estão sendo tomadas. Acho surreal, por exemplo, quando vejo autoridades tomarem decisões emergenciais do tipo: não pode haver pessoas em pé nos ônibus. Essas e outras medidas do mesmo tipo deveriam fazer parte da rotina e não de uma situação de crise! Como disse na postagem passada, toda a crise traz oportunidades e é extremamente importante que reflitamos tanto sobre a crise quanto sobre suas oportunidades.

Nosso senso de valor está muito errado e espero que essa experiência coloque-o no rumo certo de novo. O mundo certamente agradecerá! Que todos vocês tenham uma ótima semana!

Crise e Oportunidade

Bom dia, pessoal.

Toda a crise que nos afeta provoca momentos de reflexão, quando questionamos os nossos valores e nossa relação com as coisas. Às vezes, aquilo a que dávamos uma enorme importância passa a não importar mais, enquanto que coisas aparentemente sem valor podem passar a ser indispensáveis.

Toda crise traz oportunidades, dizem, e depende de nós identificar essas oportunidades. Elas podem ser do tipo financeiras, mas também podem ser pessoais, profissionais etc. Nenhuma crise terá significado se sairmos dela iguais ao que éramos quando entramos.

Hoje vivemos uma crise. Uma doença que se alastra de forma rápida e invisível. Vivemos uma guerra e não temos lideranças inspiradoras. Na verdade, nossos líderes estão tão perdidos como nós. O inimigo não porta armas, não tem ideologia. não tem voz e tão pouco nos odeia. É uma guerra completamente diferente das que vemos em filmes ou documentários.

Se as medidas tomadas são exageradas ou não, apenas a história dirá. Não temos como saber hoje. O que temos que saber é que não podemos ficar passivos. Não adianta ficar em casa esperando o tempo passar. O grande desafio é ser ativo sem causar riscos ou se expor a eles. O ser humano tem a faculdade do raciocínio. É hora de usar isso e ser consciente. É hora de encontrar formas de crescer na crise, tanto no nível pessoal como no nível social.

No nível pessoal, podemos aprender, ler, estudar, usar o tempo de reclusão para nos transformar. No nível social, devemos pensar nos outros, nos profissionais autônomos e em formas de ajudar essas pessoas a também saírem da crise. Pessoalmente, estou tomando algumas atitudes como chamar táxi sem desconto (saio tão pouco, que posso absorver esse custo), manter o pagamento de profissionais que me atendem, ainda que eu não esteja sendo atendida etc.

Acredito que muitas outras ideias podem surgir se simplesmente pararmos para pensar e compartilharmos tais ideias. Não se trata de ser otário e pagar para o outro ficar em casa. Trata-se de dar condições para outro ficar em casa e, assim, sairmos todos juntos dessa crise.

Enfim, não adianta ficar em frente a televisão vendo números e estatísticas. Vamos usar o tempo para pensar. Esse é o diferencial do ser humano. Use-o!

Na medida do possível, uma ótima semana a todos!

Ainda o Covid-19

Bom dia, pessoal!

Estou morrendo de vontade de voltar a falar de artesanato, mas está difícil. Não se fala em outra coisa, a não ser no covid-19 que, se não é extremamente letal, tem impressionantes velocidade e facilidade de propagação.

A vacina para este vírus certamente virá, mas esse ano o mais importante é diminuir a velocidade de propagação para que os sistemas de saúde consigam atender as pessoas mais gravemente afetadas. Por isso, não acho que haja uma histeria quando se diz que é necessário afastar as pessoas umas das outras, além de cada um aumentar sua frequência de higienização.

De forma coletiva, a diminuição de aglomerações é uma atitude necessária e urgente. Muitos irão se sentir incomodados e até boicotarão as medidas. Isso não é nenhuma novidade, basta ver a Revolta da Vacina, ocorrida neste mesmo Rio de Janeiro em 1904.

Todas essas medidas causarão um impacto enorme na economia, mas o fato de que os governos de vários países estarem executando ações que prejudicarão suas economias só mostra a real gravidade da situação e a necessidade de essas medidas serem tomadas. Não vai ser fácil para ninguém e muitos sofrerão economicamente, ainda que não sejam contaminados pelo vírus.

Rezo para que este período de recolhimento voluntário (ainda não foi decretada uma quarentena por aqui) não se estenda por muito tempo, porque o brasileiro, por natureza, é um ser gregário e o isolamento pode afetar não apenas a economia, mas também o lado psicológico das pessoas.

No meu caso, vou trabalhar mais a escrita, a leitura, o artesanato e, quem diria, estar mais presente nas redes sociais. Essa, talvez, seja a única forma de manter contato com os amigos nesse período.

Enfim, na medida do possível, tenham todos uma ótima semana.

Fake news

Bom dia, pessoal.

Outro dia, eu estava escrevendo um pequeno texto sobre as modernamente chamadas fake news. É engraçado como periodicamente se tenta dar roupagem nova a coisas antigas para transformá-las em novidades. Este termo inglês, literalmente, quer dizer notícia falsa. Em bom português, pode-se dizer, simplesmente, mentira!

O ser humano mente, no mínimo, desde que aprendeu a falar. As mentiras têm razões e propósitos dos mais diversos, mas vou me deter nas mentiras que são ditas para a obtenção de lucro ou vantagem, uma vez que espalhar esse tipo de mentira parece ser o objetivo principal da geração de fake news.

Esse tipo de mentira, uma prática antiga e conhecida, é a base dos contos do vigário, sendo comum em todas as camadas da sociedade, assim como no relacionamento entre países. Enfim, mentir para obter lucro pessoal (ou estatal) é quase que algo inerente ao ser humano.

Fake news, portanto, não é algo novo e, muito menos, inédito. O que é novidade é a proporção e o alcance que essas mentiras têm hoje em dia e a quantidade imensa de pessoas atingidas. É como se o conto do vigário de hoje fizesse milhões de vítimas quase que simultaneamente.

É verdade que esse alcance absurdo têm, como veículo, as redes sociais. Porém, sua origem está na natureza humana e na capacidade de manipulação desta natureza. A pessoa que começa a espalhar uma mentira sabe que não é necessário contá-la para milhões de pessoas. Ela só precisa atingir um número mínimo de pessoas, já que muitas dessas pessoas propagarão a mentira. Esse talvez seja o aspecto mais cruel dessa prática: as próprias vítimas se transformam em cúmplices do crime.

Eu me pergunto o que faz com que tantas mensagens sejam repassadas, mesmo quando não conhecemos sua origem ou veracidade? Por que achamos que repassar uma mensagem não requer responsabilidade?

É claro que eu não tenho respostas para tais perguntas, mas acredito que temos que fazê-las a nós mesmos e a nossos amigos. Um áudio de alguém se dizendo médico, bombeiro ou seja lá o que for é aceito como verdadeiro sem qualquer questionamento. Isso não me parece normal!

Enfim, hoje o artesanato ficou longe, mas esse tema precisa ser constantemente abordado e debatido em todos os ambientes. Tenham todos uma ótima semana!

Aposentadoria

Bom dia, pessoal!

Um dos primeiros projetos que eu gostaria de executar ao me aposentar, era organizar a casa e, felizmente, já comecei a dar os primeiros passos para isso. Não pretendo comprar produtos organizadores, mas transformar coisas que já estão em casa para exercer essa função. Uma lata velha, por exemplo, pode ser recuperada com a ajuda do artesanato e ganhar uma nova função. Dessa forma, eu diminuo a quantidade de coisas inúteis e organizo as coisas realmente necessárias.

Esse será um projeto de longuíssimo prazo, mas que já foi iniciado. Dentro desse projeto, um passo extremamente importante é não alimentar a bagunça, não trazer para casa coisas que acabarão jogadas pelos cantos. Enfim, evitar ao máximo o consumismo. Essa é uma mudança cultural que pretendo fazer em mim, pois acredito que o planeta não aguenta mais esse estilo de vida. Estou feliz de já ter começado esse projeto e vou publicar aqui seu progresso.

Outro projeto planejado a que já dei início é a volta a minha antiga média anual de leitura. Esse é um projeto que também irá gerar muitas postagens por aqui, porque pretendo compartilhar dicas das leituras de que eu tenha gostado. Não vou falar de leituras passada, porque este não é um blog exclusivamente literário, mas, à medida em que for encontrando coisas interessantes, eu as divulgarei por aqui.

Enfim, a aposentadoria chegou e não pretendo que seja um período de inatividade, muito pelo contrário. Acredito que é importante estar sempre em movimento, seja ele físico ou mental.

Sempre rezando para ter saúde e segurança para manter todos esses projetos, vou parando por aqui. Desejo a todos uma ótima semana!

Carnaval

Bom dia, pessoal!

Vindo de uma carioca legítima, pode parecer uma heresia, mas o fato é que eu não me importo com o Carnaval. Não vou dizer que não gosto, que odeio ou que o desprezo. Eu simplesmente não me importo com ele. Não é uma questão moralista, existencialista, conformista nem qualquer outra coisa do gênero. Eu simplesmente não me importo e o ignoro completamente, o que é muito coerente de minha parte.

Vejamos, eu não gosto de multidões, não suporto som alto e não gosto de desorganização. Por que, então, eu gostaria do Carnaval, que reúne todos esses elementos?

Eu fico pensando no sistema social em que vivemos. Certamente, não gostar de Carnaval é considerado uma esquisitice, no melhor dos casos, ou até mesmo um grande defeito. Certamente, também, o rótulo de anti-social é imediatamente colocado sobre tal pessoa, no caso, eu! Mas, vamos lá; por que eu tenho que gostar do que todos, ou a maioria, gosta? Por que eu tenho que deixar meu artesanato, meus livros e minha casa para correr atrás de blocos, sem segurança, sem conforto, sem comida ou bebida, e ainda chamar isso de diversão, lamentando que são apenas cinco dias por ano?

Que me desculpe essa maioria, mas já passei da idade de achar que integrar um grupo define quem eu sou. Eu adoro o período de Carnaval porque é um período que posso me dedicar à leitura, a este blog, ao meu artesanato. Grande parte dos amigos está curtindo a festa nas ruas (eu respeito o fato de que, para eles, isso é diversão) ou está viajando. Então, o Carnaval é um tempo de ficar comigo mesma, organizar a casa, fazer artesanato e escrever. Isso, para mim, é diversão.

Dito tudo isso, devo declarar que meu Carnaval foi maravilhoso! Ainda mais que, esse ano, ainda tem o Max, uma cachorrinho de dois meses, que está cheio de energia para gastar!

Então, espero que o Carnaval tenha sido muito bom para vocês, cada um a sua maneira. Agora, o mundo volta à rotina e o ano realmente começa. Desejo a todos uma excelente semana!

Escritores da Liberdade

Bom dia, pessoal!

Como vocês sabem, às vezes eu uso esse espaço para comentar sobre literatura, um tema apaixonante para mim. Hoje, eu queria comentar sobre um livro que estou lendo, cuja história eu conheci em um filme que é baseado nele. Até hoje não consegui ver esse filme todo, já que é bem difícil de encontrar.

O nome do livro e a sugestão de hoje é O diário dos escritores da liberdade. O nome em inglês, freedom writers, é uma homenagem aos freedom riders, nome dado aos ativistas em defesa dos direitos da população negra nos Estados Unidos dos anos sessenta.

O livro traz relatos da professora Erin Gruwell e seus alunos, rotulados como problemáticos e fracassados, em um colégio dos Estados Unidos. Esses alunos, em sua maioria negros e latinos, vivem em uma sociedade violenta e dominada por gangues armadas e drogas. A professora de inglês e literatura usa uma estratégia que faz com que esses alunos se interessem pela aula de inglês e comecem a escrever diários, nos quais narram todos os problemas e frustrações da vida que levam.

São esses relatos que formarão o diário dos escritores da liberdade e participar dessa turma de “fracassados” passa a ser a ambição de todos os alunos do colégio, quaisquer que seja sua etnia. Ao escrever sobre suas vidas, seus problemas e sobre si mesmos, os alunos da professora Erin acabam formando uma grande família e modificando o futuro que se pensava que teriam.

É um livro e uma história que mostram o valor e poder da literatura, assim como mostram a diferença que que um indivíduo, neste caso, a professora, pode fazer na sociedade em que vive. Recomendo muito tanto o filme como o livro. É uma ótima forma de nos reabastecermos de esperança.

Uma ótima semana a todos!