Bom dia, pessoal.
Há alguns dias, eu vi um vídeo no canal @vida veda (YouTube) com uma explicação singular sobre o funcionamento da mente em relação às tarefas que ela executa. De acordo com a explicação, a mente é monotarefa, ou seja, ela só consegue executar uma tarefa por vez, o que inviabiliza totalmente aquela ideia de que algumas pessoas conseguem fazer várias coisas ao mesmo tempo.
Essa impressão que temos deriva do fato de a mente ser extremamente rápida. Ela , na verdade, faz uma ação por vez, mas de forma tão rápida que pode dar ao nosso consciente essa sensação de que várias coisas estão sendo feitas simultaneamente.
Para o pessoal de eletrônica ou de computação, esta explicação pode parecer plágio da descrição do funcionamento de um microprocessador, a “inteligência” de um um computador. Entretanto, essa explicação não foi tirada de um livro de eletrônica moderno, mas de uma tradição médica indiana de, pelo menos, dois mil anos!
O problema é que tudo tem um limite. O nosso foco e a nossa atenção não acompanham a velocidade da mente. Assim, ao tentarmos fazer várias coisas “ao mesmo tempo”, acabamos dividindo nossa atenção entre todas essas tarefas e acabamos não fazendo nenhuma delas da melhor forma possível. Menos mal se alguma tarefa já tiver certo automatismo, mas é um grande problema caso você tenha que se concentrar em algo.
Essa colocação milenar combina perfeitamente com a constatação moderna de que a vida acelerada traz inúmeros problemas de déficit de atenção, que é um problema razoavelmente recente e que não para de aumentar. O que ocorre, em essência, é que existem tarefas demais exigindo nossa atenção simultaneamente e nosso “processador”, por mais impressionantemente rápido que seja, não consegue dar conta.
Para usar uma analogia eletrônica, é como você abrir tantos aplicativos no celular, que o aparelho não consegue executar mais nada e acaba travando. Nesse caso, você tem a opção de trocar o celular por um modelo mais rápido. Entretanto, você não tem como trocar ou atualizar sua mente, assim como não há uma pílula mágica que dê jeito na situação.
Tudo o que podemos fazer é nos adequar ao problema e, para isso, temos que diminuir o número de coisas que competem por nossa atenção. Ou seja, desacelerar e diminuir a quantidade de estímulos simultâneos não é apenas um estilo de vida, mas uma necessidade médica. Práticas do tipo: não ter três celulares, tentar conversar com alguém sem usar um teclado ao mesmo tempo, jantar sem ter uma televisão ligada etc. podem nos ajudar mais a focar nossa atenção que qualquer remédio.
Se você está fazendo outras coisas enquanto lê esta postagem, tente parar de fazer essas outras coisas, leia o texto de novo e perceba a diferença na sua atenção.
Tenham todos uma ótima semana!