Bom dia, pessoal.

   Hoje é dia de literatura. Faço parte de um clube do livro e nossa leitura atual é Frankenstein, de Mary Shelley. Esse livro, lançado em 1818, tem uma história riquíssima que fica escondida atrás de várias versóes de filmes que a retrataram como uma história de terror. Tudo, provavelmente, pelo estereótipo da criatura, que é a personagem principal.

   Digo criatura, porque Frankenstein é o nome do criador, e não da criatura deformada a quem ele deu vida. Em nenhum momento, essa criatura recebe um nome. Ela não tem identidade porque não é reconhecida com um ser inteligente e senciente, nem mesmo por seu próprio criador. Este último não suportou olhar para sua criação e o abandona imediatamente após sua “experiência” ter sucesso. A criatura de aspecto repugnante, força sobrehumana e ignorante de regras sociais fica, portanto, abandonada à própria sorte.

   Apesar de seu abandono, a criatura parece, no princípio de sua vida, ter bons sentimentos e muita vontade de aprender e de se juntar à comunidade humana. No desenvolvimento da história, nas palavras da própria criatura, percebemos o processo que a leva ao ressentimento, à amargura e à revolta contra a humanidade de forma geral e a seu criador de forma específica.

   O livro suscita discussóes filosóficas como os esterótipos (o que é diferente é mau e deve ser destruído), a responsabilidade pessoal (Frankenstein abandona aquele por quem é responsável), a responsabilidade pelos frutos da ciência (Frankensteins cria uma vida sem nenhum controle ou supervisão) etc. É uma história muito mal aproveitada pelo cinema e, mesmo isso, pode ser debatido. A meu ver, esse livro é uma obra de ficção científica, nunca de terror. Enfim, recomendo sua leitura sem nenhum tipo de ideia pré-concebida.

   Aguardo ansiosamente pelo encontro (virtual) do clube do livro, que discutirá esse livro. Ele mostra que, muitas vezes nos deixamos levar por aparências e preconceitos e, com isso, perdemos oportunidades e tesouros.

   Tenham todos uma ótima semana!

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