Bom dia, pessoal.
Como eu disse anteriormente (ver Ilíada e Ilíada parte 2), não estou fazendo exatamente uma resenha deste livro, mas apenas algumas observações a respeito de pontos específicos desta história, que não narra a Guerra de Troia, mas um episódio desta guerra, conhecido como A Ira de Aquiles.
A ira de Aquiles acabou provocando muitas das baixas do exército grego, que esteve muito próximo da derrota. Na verdade, atendendo a um pedido da mãe de Aquiles, a deusa Tétis, essa era a intenção de Zeus: fazer com que os gregos chegassem a um ponto de desespero tal que fossem implorar a ajuda de Aquiles. Aqui poderíamos encontrar um dos primeiros casos na literatura em que se aplica aquele famoso conselho: Cuidado com o que você pede, porque pode obter!
O plano de Aquiles até que funciona, mas como ele se mantém irritado com Agamenon, ele prolonga sua ausência nos combates. Seu primo e grande amigo, Pátroclo, pede que ele ao menos lhe empreste suas armas para que, com elas, ele possa lutar em seu lugar e inspirar todo o exército grego para que eles afastem os troianos dos navios. Aquiles resolve aceitar o pedido de Pátroclo e é aí que as coisas começam a não sair como o planejado.
Em combate, Heitor, príncipe troiano, derrota e mata Pátroclo causando o enorme desespero de Aquiles e o fim de sua Ira, não porque Agamenon foi se humilhar implorando seu retorno, mas pelo desejo de vingar a morte de seu amigo. Esse retorno de Aquiles à luta só acontece no canto 19 (são 24 no total) e essa passagem está destacada abaixo:
“Logo que todos os homens da Acaia reunidos se acharam,
alça-se Aquiles de rápidos pés e lhes diz o seguinte:
‘Esta reconciliação, Agamémnone, fora mais útil
para nós dois, se levada a bom termo no dia em que fomos
pela Discórdia vencidos, por causa, tão só, de uma escrava.
Fora melhor que no dia em que os muros entrei de Lirnesso,
em nossos barcos a vida lhe fosse tirada por Ártemis.
Pelos imigos vencidos enquanto eu me achava irritado,
muitos Aqueus não teriam, sem dúvida, a poeira mordido.
Lucro somente os Troianos e Heitor obtiveram. Por muito
tempo os Aqueus hão de nossa discórdia lembrar, é certeza.
Mas o passado é passado. O dever me concita, nessa hora,
ainda que muito irritado, a refrear o rancor do imo peito.
Da ira desisto; não me orna, em verdade, mostrar-me implacável
por muito tempo. Mas vamos! agora incitar te compete
para o combate os Aquivos de soltos cabelos nos ombros.
Quero encontrar, novamente, os Troianos e ver se ainda insistem
em pernoitar junto aos nossos navios; mas penso que muitos
hão de, aliviados, os joelhos dobrar, quando escapos se virem
da fúria insana da guerra e de nossa hasta longa e invencível.”
Isso disse ele; os Acaios de grevas bem-feitas exultam por ver
do grande Pelida acalmado o rancor, finalmente.”
Deste ponto em diante , os acontecimentos se sucedem rapidamente e o poema termina em uma cena emocionante que envolve Príamo, rei de Tróia. Lembrando sempre que a guerra continua por mais um ano após os fatos descritos neste poema, mas os acontecimentos e o final da guerra é contado apenas em Odisseia, poema que narra a volta de Ulisses (Odisseu) para Ítaca, sua casa. Para saber como foi esse retorno, basta acompanhar as postagens a partir daqui.
Tenham todos uma ótima semana.