Bom dia, pessoal.
Há algum tempo, eu ouvi uma análise filosófica de Harry Potter e o que me chamou mais a atenção foi a observação de que o que melhor definia Harry não era sua habilidade no quadribol, seu talento mágico ou sua inteligência, mas suas escolhas. Eu nunca havia pensado nisso, mas faz muito sentido. Harry tinha a possibilidade de ser muito poderoso em Sonserina (assim disse o chapéu seletor), mas ele escolheu outra casa. Ele também escolheu o tipo de amigos que queria e escolheu um caminho que, após sete livros, o levou a uma situação em que escolheu não ficar com a posse da super-varinha mágica.
Fazer escolhas nem sempre é fácil e, em uma sociedade massificada e polarizada, torna-se ainda mais difícil. A meu ver, ser capaz de fazer escolhas depende de um grau minimamente saudável de individualismo e a razão disso é simples: se a pessoa segue cegamente a massa, alguém, que não ela, estará fazendo as escolhas e definindo o caminho. Abrir mão da individualidade, portanto, implica abrir mão de fazer as próprias escolhas.
Voltando ao ambiente de Harry Potter, é interessante notar que seu poder de escolha é exercido em um em um mundo repleto de magia, mas não de Redes Sociais. A comunicação, apesar de ser feita através de corujas, continua sendo composta de mensagens individuais (como as boas e velhas cartas), e não massificada, com aplicativos em que uma fala atinge muitas pessoas simultaneamente. Fico pensando se isso não é também um fator que permitiu a Harry fazer suas próprias escolhas, pois não me parece que haja uma coincidência aí.
Bem, eu não tenho corujas para enviar minhas mensagens. Então, vai por aqui mesmo. Tenham todos uma ótima semana!