Bom dia, pessoal!

Ultimamente, eu tenho gostado muito de aprender sobre ayurveda, a medicina tradicional indiana. Dentro desta medicina, encontra-se uma série de prescrições, conceitos e rotinas que são muito antigos (milhares de anos), mas que fazem muito sentido para mim. Uma rotina que eu acho muito interessante é chamada dinacharya, que fala das atividades diárias matinais que objetivam fazer você começar o dia de forma consciente, o que trará uma atitude ativa sobre seu dia.

Apesar de ser apenas uma aprendiz informal dessa linha, percebi que é importante notar, logo pela manhã, como você se sente, observar seu corpo e seu estado de espírito. Será que você presta atenção a esse detalhe, aparentemente insignificante, mas que determina uma pré-disposição para o dia? Por exemplo, meu estado de espírito durante o dia é totalmente diferente se eu acordo com o canto dos passarinhos ou com o som de tiros (infeliz realidade do Rio de Janeiro). 

O exemplo dado tem origem em uma fonte externa, que eu não consigo controlar. Existem outras coisas, porém, que eu consigo controlar. Por exemplo, a primeira atividade do meu dia tem sido ir ao quintal trocar a água do meu cachorro. Claro que ele não fica parado, observando. Ele pula, ele quer atenção, ele quer carinho, ele quer brincar de bola e, de preferência, tudo isso ao mesmo tempo! Meu dia, portanto, costuma começar de maneira alegre e isso me predispõe ao otimismo. Só mais tarde é que eu vou pegar o celular e ver mensagens e notícias. Principalmente em relação às notícias desses dias, eu sei que a tendência é que não sejam boas e me deixem mais para baixo. Então, por que começar o dia por aí?   

Nosso estado de espírito é resultado, principalmente, daquilo que cultivamos, e o que cultivamos é, sim, escolha nossa. Ninguém nos conhece melhor que nós mesmos e ninguém é capaz de dizer o que precisamos para nos sentir bem. Por isso é que eu não gosto muito dos chamados livros de autoajuda. Eu brinco sempre que, nesse tipo de livro, o prefixo “auto” indica o próprio autor, cuja conta bancária está sendo ajudada! Para nós, pobres mortais, a autoajuda não está nos livros, mas em nós mesmos (daí o prefixo auto) e podemos nos ajudar através de perguntas simples: o que me ajudará a ser a pessoa que quero ser? O que me ajuda a começar bem o dia? A verdadeira autoajuda está em fazer-se essas perguntas, respondê-las e praticar as respostas, pelo menos naquilo que depende de nós.    

Nesse sentido, acho que posso dizer que a autoajuda tem exatamente o mesmo princípio do dinacharya: auto observação. Conhecer-se e saber o que te faz bem é o primeiro passo para traçar seu caminho para um dia melhor e, para isso, você não precisa de livros, mas de um diálogo com você.

Tenham todos uma ótima semana!

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