Bom dia pessoal!
Vou continuar hoje com minha leitura do livro Odisseia, de Homero. Se você não leu as quatro primeiras partes deste estudo, é interessante ler a parte1, a parte2 , a parte 3 e a parte4 antes de continuar a ler esta postagem.
Então, vamos lá. Apesar de a viagem de regresso de Ulisses ter durado dez anos, ele não esteve navegando por todo esse tempo. Nos últimos sete anos desse período, Ulisses ficou retido, sozinho e sem barcos, na ilha da ninfa Calipso. Ele estava retido, mas estava longe de estar preso ou sendo torturado. Na verdade, Calipso havia se apaixonado e Ulisses desfrutava de sua companhia e de sua cama. Portanto, pelos conceitos de hoje, não se pode dizer que Ulisses tenha sofrido tanto quanto Penélope e, mais uma vez, não haverá culpa por parte do humano, mas tão somente o capricho dos deuses justificando suas ações.
Tendo decido, em concílio que não contou com a participação de Poseidon, que já era hora de se permitir que Ulisses regressasse a Ítaca, os deuses ordenam a Calipso que liberte o grego, dando-lhe uma jangada para que possa alcançar Esquéria, onde poderia conseguir barco e homens para levá-lo para casa.
Poseidon, o deus responsável pelos obstáculos marítimos encontrados por Ulisses (saberemos o porquê na próxima postagem), continua a tentar vingar-se e, através de uma tempestade, fará com que o grego seja atirado da jangada ao mar mas, com muita dificuldade, ele consegue nadar até a terra dos Féaces (Esquéria).
É no palácio do rei Alcino que, através de um aedo, um contador de histórias, tomamos conhecimento dos momentos finais da guerra de Troia.
Assim falou; e o aedo, inspirado por um deus, começou a entoar seu canto, desde o momento em que os Argivos, após terem incendiado as tendas, se afastavam em suas naus de sólidos bancos; enquanto outros, encerrados no cavalo, ao lado do muito famoso Ulisses, já estavam na ágora dos Troianos, porque estes mesmos o tinham arrastado para a acrópole. Ali se encontrava o cavalo, de pé, e os Troianos, sentados em derredor, discorriam ao acaso, sem tomarem nenhuma resolução. Três eram as propostas preferidas: ou trespassar com o inexorável bronze o bojo de madeira; ou arrastá-lo para o cimo dos rochedos e precipitá-lo desde aí; ou acatá-lo como oferenda propiciatória aos deuses. Esta última devia prevalecer, porque era fatal a ruína, desde que a cidade encerrava dentro das muralhas o enorme cavalo de madeira, onde se ocultavam todos os mais valentes dos Argivos, para levarem aos Troianos a carnificina e a morte.
Ulisses revela, então, sua identidade e passa finalmente a narrar (já estamos na rapsódia IX) a história de seu regresso desde Troia. Neste regresso, destaco os seguintes episódios: a terra dos Lotófagos, a ilha dos Ciclopes, a ilha de Circe, a visita ao Hades, a região da sereias, Cila e Caribdes, a ilha de Hélio e a ilha Ogígia (Calipso). Essa lista não esgota as aventuras de Ulisses até ali, mas são pontos que marcam momentos decisivos para se entender como a viagem de retorno começa em Troia com Ulisses no comando de uma frota de 12 navios e termina em Ítaca, onde Ulisses chegará sozinho, irreconhecível, sem camaradas ou navios.
Entretanto, esses destaques ficam para uma próxima postagem. Tenham todos uma ótima semana!