Bom dia pessoal!
Vou continuar hoje com minha leitura do livro Odisseia, de Homero. Se você não leu as três primeiras partes deste estudo, é interessante ler a parte1, a parte2 e a parte 3 antes de continuar a ler esta postagem.
A Ilíada é o poema épico de Homero cuja temática é a guerra de Troia. Entretanto, o livro não faz um um relato sobre essa guerra, mas concentra-se apenas em um curto período, sem que saibamos como o conflito termina ou quem sobreviveu a ele ou como foi o retorno dos guerreiros para seus lares. É na Odisseia que todas essas questões são respondidas, seja pelas perguntas de Telêmaco seja pela fala do próprio Ulisses.
A Telemaquia, primeira parte de Odisseia, mostra Telêmaco saindo de Ìtaca em busca de notícias sobre o pai, que ainda não regressou de Troia. Sua viagem o levará primeiro a Nestor e depois a Menelau. Ambos lutaram ao lado de Ulisses e Telêmaco tinha esperança em que conhecessem seu destino.
Em Pilo, Telêmaco consulta Nestor, que fala sobre o retorno dos gregos em diversas frotas que seguiram caminhos diferentes. Telêmaco é informado sobre o destino de Agamenon e a posterior vingança de Orestes por seu assassinato. Entretanto, Nestor não sabe dizer o que aconteceu com Ulisses e aconselha Telêmaco a procurar Menelau, já que este finalmente conseguiu retornar à Lacedemônia após sete anos de viagem (uma odisseia quase tão longa como a do próprio Ulisses).
Vai agora com tua nau e teus companheiros. Se quiseres viajar por terra, ponho à tua disposição carro e cavalos, e também meus filhos, que te acompanharão até a divina Lacedemônia, onde mora o louro Menelau. Roga-lhe que te diga toda a verdade. Não receie que te minta, pois é homem de grande lealdade.
Ao se encontrar diante de estrangeiros e ainda sem saber quem são, Menelau já indica não conhecer o destino de Ulisses.
Contudo, em meio a tanta amargura, por nenhum de meus companheiros tantas lágrimas derramo, como por um, a saudade do qual me perturba o sono e a comida: porque ninguém entre os Aqueus, passou por tantas provações quantas Ulisses sofreu e suportou. Assim quis o destino: para ele as tribulações, para mim uma eterna saudade. Ei-lo ausente há tanto tempo, e nós sem saber se está vivo ou morto. Sem dúvida que também o choram o velho Laertes e a fiel Penélope e Telêmaco, que ele teve de deixar em casa, apenas recém-nascido.
É neste ponto que nos encontramos de novo com Helena, esposa de Menelau, cujo “rapto” e posterior resgate teriam sido a causa de guerra de Troia. Cabe aqui lembrar que os deuses do Olimpo grego são imortais, porém são movidos por paixões e tomam partido nas disputas dos mortais, inclusive em suas guerras. Desta forma, teria sido uma deusa a responsável por Helena ter se envolvido com Páris e ter fugido com ele para Troia. Após um tempo, porém, Helena teria voltado ao normal e arrependido-se de sua conduta. Ao ser resgata, portanto, ela volta ao convívio do marido e, nesta quarta rapsódia, ouvimos, então, sua voz.
Ansiava por voltar para casa, e lamentava a cegueira com que Afrodite me ferira ao conduzir-me para lá, longe da pátria, deixando atrás de mim a filha, o tálamo e o esposo, que a ninguém é inferior em espírito e beleza.
Menelau passa a contar o que sabe, informado que foi por um deus, claro, a respeito dos outros guerreiros gregos. Assim, Telêmaco fica sabendo que o pai está vivo, mas se encontra na ilha da deusa Calipso, de onde não tem meios de sair.
Em Ítaca, apenas nesse momento, Penélope descobre a viagem do filho e s intensão dos pretendentes de matá-lo quando de seu retorno. Os temores de Penélope são acalmados por Atenas após aquela lhe ter dirigido suas preces.
Temos até aqui uma introdução para mostrar como estavam as coisas em Ítaca em quanto Ulisses vivia uma odisseia para retornar a sua casa e a sua família. A partir da rapsódia V, passamos a conhecer os fatos e aventuras que formam essa odisseia, assim como novos vislumbres da guerra de Troia, mas isso é papo para outra postagem.
Tenham todos uma ótima semana;