Bom dia, pessoal!

Uma utopia é uma sociedade perfeita, no qual as pessoas têm liberdade, exercem essa liberdade com responsabilidade, são felizes e realizadas. Na prática, é um ideal inatingível por mais desejado que seja.

O contrário de uma sociedade utópica é uma sociedade distópica, na qual a liberdade não existe. Este tipo de sistema é, infelizmente, bem mais crível quando observamos as sociedades humanas e sua história. Talvez, por isso, esse tipo de sociedade seja bem mais comum na literatura do que as utopias. Várias obras discorrem sobre distopias. São livros de ficção, sim, mas são histórias que apontam para possibilidades reais. Alguns exemplos de romances distópicos são: Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley), 1984 (George Orwell), Jogos Vorazes (Suzanne Collins) e O Conto da Aia (Margaret Atwood).

Este último livro conta com uma continuação (Os Testamentos), que é o meu objeto de leitura atual. Este livro responde a muitas das perguntas que ficaram no ar no primeiro livro. Descobrimos, sem muitos detalhes, como Gilead se formou e como as pessoas foram dividas nas novas classes (comandantes, tias, esposas, aias, olhos etc.). Sem spoilers, posso dizer que Gilead seria a resposta moralizante a uma sociedade anterior, que se julgava permissiva. Claro que essa moralização se dá pela ótica masculina e, portanto, são as mulheres as que mais sofrem nesse processo.

O livro não se propõe a explicar todas as questões que surgem na cabeça do leitor. Muitas coisas têm que ser aceitas sem que sejam explicadas, mas, como ocorre em toda distopia, podemos partir do princípio que o excesso de um problema (violência, pobreza, fome etc.) leva a uma ruptura violenta e, muitas vezes com a concordância inicial da sociedade, aceita-se eliminar as liberdades em prol de uma pseudo segurança, de uma solução mágica para todos os problemas anteriores.

Claro que, ao analisar melhor uma sociedade distópica, o leitor vai percebendo que aqueles problemas iniciais não foram resolvidos, mas apenas escondidos. O mesmo acontece com Os Testamentos. O leitor vai percebendo que Gilead não traz respostas, mas apenas violência e injustiça para muitos e privilégios para poucos.

De forma geral, eu gosto de ler romances distópicos porque, ainda que sejam produtos de ficção, são construídos sobre possibilidades e são alertas que nos fazem refletir. Fica, então, a dica de leitura.

Tenham todos uma ótima semana.

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