Bom dia, pessoal!

   O passado nem sempre é tão distante. Pode-se contar em meses o tempo em que reclamávamos que a vida estava muito corrida e não tínhamos tempo para nada. Tudo o que queríamos era ter mais tempo para nós, para nossos interesses, famílias e casas. Se você não está trabalhando em casa (inventaram o termo home office para fazer disso uma coisa mais chique!), você conseguiu o que queria: tempo.

   De repente, a vida desacelerou rapidamente e precisamos descobrir o que fazer com o tempo que nos sobra. A transição foi muito rápida, sem tempo de adaptação ou de planejamento. A realidade mudou e as pessoas precisam adaptar-se. É irreal pensar que ficar isolado é manter-se sentado no sofá lendo uma revista ou assistindo a TV. Não sabemos por quanto tempo esse isolamento será necessário e a imobilidade pode ser muito prejudicial, tanto física como mentalmente.

   Junto a todas as mudanças causadas pela restrição de movimentação, ainda temos que lidar com o medo de um inimigo invisível, cuja aproximação não percebemos e, por isso, temos que manter a guarda sempre alta. É muita coisa para administrar e, definitivamente, não fomos treinados para isso.

   Meu mundo, no momento, é minha casa. Se eu preciso viver aqui, então é melhor que eu faça com que esse local me proporcione bem-estar. Todas as minhas atividades, ou a maioria delas, se voltam literalmente para o aconchego do lar. Mudar a disposição de móveis, criar espaços que me facilitem a limpeza de compras, organizar armários para evitar desperdício e até para ver o que pode ser doado etc. Há muito o que fazer em casa. Então, como eu posso dizer que a vida desacelerou?

   A desaceleração não é causada pela diminuição de coisas a fazer, mas pela possibilidade de dar mais atenção a cada uma dessas coisas, pela possibilidade de fazer tudo sem tanta pressa. E isso porque, de outro lado, ganhamos tempo por não ter horários rígidos, por não enfrentar horas de engarrafamentos e por poder determinar nossos horários, tarefas e formas de fazê-las. Isso quer dizer que o mundo ficou maravilhoso? Claro que não. O preço pago por esse tempo é alto demais (amigos isolados, consultas médicas adiadas, exames de rotina ou por solicitação médica cancelados etc.), mas isso quer dizer que podemos e devemos levar algumas experiências para o pós-isolamento

   Sempre digo e sempre repito: passar por essa crise e não tirar lições é totalmente inútil. Então, vamos aprender o que o isolamento tem de bom a ensinar e vamos levar isso para nossa vida normal. Tenha uma ótima semana!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *