Bom dia a todos!
“Quando foi que a globalização nos dividiu ?”
Ouvi essa pergunta em uma palestra sobre segurança da informação, e ela me fez pensar em uma questão muito interessante. No início do processo de globalização, dizia-se que, com ela, o mundo seria uma grande aldeia, o que, de alguma forma, evocava uma ideia de união planetária. O que o futuro mostrou, porém, é que o mundo se transformou em um grande campo de batalha de dois exércitos opostos: o bem x o mal, o eles x o nós, a esquerda x a direita ou, de forma bem bairrista: o fla x o flu.
Todas essas “batalhas” mostram que o mundo ficou totalmente polarizado, que as pessoas só conseguem ver dois lados e que a escolha de um implica, necessariamente, na condenação e na estigmatização do outro. Pior, as pessoas não conseguem mais conversar com quem não pense exatamente como elas. Não sei como isso começou, mas tenho medo de como vai acabar.
Tem uma resposta de Einstein, quando perguntado que armas seriam utilizadas na terceira guerra mundial, que pode muito bem ser adaptada para o mundo de hoje: “Não sei, mas a quarta será lutada com pedras “. Para mim, essa frase significa que haverá um imenso retrocesso depois que a estupidez humana atingir seu auge! Após esse retrocesso, quando, para continuar na analogia bairrista, um torcedor do flamengo e um torcedor do fluminense perceberem que precisam da ajuda um do outro para sobreviver, vão descobrir que, afinal, o futebol não era tão importante, e o que os une é muito mais importante do que os separa.
Mas, será que essa polarização foi provocada pela globalização? Não sei dizer, mas a propagação desse comportamento radical mundo afora, certamente, foi muito facilitada pela integração global. Tudo passou a ser compartilhado e rapidamente difundido: as virtudes e os vícios. Hoje, eu consigo, de maneira bem fácil, assistir a uma aula de uma artesã da Espanha ou da Índia, o que é absolutamente fantástico. Por outro lado, também é bem fácil propagar as já famosas fake news, os ódios e a intolerância.
Como a tendência da natureza é sempre buscar um estado de equilíbrio, ainda tenho esperança de que, no futuro, as coisas melhorem e o radicalismo perca força. Mas, sinceramente, não acho que este futuro esteja muito próximo. Assim como o beija-flor da história do incêndio na floresta, o que eu posso fazer é tão somente a minha parte, que tem sido não propagar nada radical, seja de que lado for, além de simplesmente ignorar correntes. Pode não ser muito para melhorar a situação do mundo, mas é muito bom para minha paz de espírito.
É isso então. Uma ótima semana para todos!